Kauan Alvarenga se inspirou em Pabllo Vittar para papel em Pedágio
Chega aos cinemas no dia 30/11 Pedágio, filme nacional com Maeve Jinkings e que arrebatou quatro troféus Redentores no Festival do Rio 2023
atualizado
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Rio de Janeiro — Com a estreia nos cinemas marcada para o dia 30 de novembro, Pedágio tem feito bela carreira em mostras nacionais e internacionais. Somente no 25º Festival do Rio, o segundo filme de Carolina Markowicz arrebatou quatro troféus Redentores: Melhor Atriz (Maeve Jinkings), Melhor Atriz Coadjuvante (Aline Maria Marta), Direção de Arte (Vicente Saldanha) e o de Melhor Ator para o estreante Kauan Alvarenga.
O longa também passou pelos festivais de San Sebastián, Vancouver, Bordeaux e Toronto – no qual a diretora se tornou a primeira latina-americana da história a receber o prestigiado Tribute Award, na categoria Emerging Talent, ao lado de Spike Lee, Pedro Almodóvar e Patricia Arquette. No Festival de Roma, Pedágio também conquistou o prêmio de Melhor Filme.
Impressionado com a boa repercussão, Kauan Alvarenga, de apenas 19 anos, conversou com o Metrópoles logo após discurso emocionado na premiação carioca, e falou sobre suas inspirações, medos e planos ambiciosos para o futuro. “Trabalhar Tiquinho foi uma aventura muito grande, junto com o Luciano e a Silvia, os produtores do elenco. Nós tivemos muito trabalho, porque o personagem tem muitas camadas, coisas que eu não tenho. Ele é um carro alegórico, muito difícil de montar, mas foi muito gostoso”, começou.
No longa-metragem, Maeve encarna Suellen, uma atendente de pedágio que, inconformada com a orientação sexual do filho, comete delitos na tentativa de financiar uma cura para o que ela considera uma “doença”. A produção retrata a opressão e violência sofrida pela população LGBTQIA+, diante de incoerências e atrocidades promovidas por alguns setores da sociedade. Veja o trailer.
Para encarnar o sensível e sonhador Tiquinho, Kauan disse ter se inspirado em ícones da música pop brasileira como Pabllo Vittar e Glória Groove. “Sem essas drags do momento, acho que o Tiquinho não conseguiria se aflorar. Agora eu percebo o quão importante a cultura Queer é”, ressaltou.
Segundo o jovem, o personagem em Pedágio lhe trouxe muitas coisas boas, que ele pretende compartilhar com outras pessoas que, assim como ele, ultrapassaram as barreiras impostas a quem vem das favelas do Rio. “Eu nunca imaginei ganhar o troféu de Melhor Ator no maior festival do Rio. Este prêmio também é de todos os pretos e pretas que estão nesta produção e à minha família, que fez de tudo para eu estar aqui”, comemorou Kauan.
Com uma estreia nas telonas tão marcante, o artista diz que o céu é o limite para o seu futuro na profissão. “Eu quero chegar aonde Deus me levar. Eu quero ultrapassar barreiras, eu quero levar um pouco de mim para todos os cantos e chegar em lugares que pessoas falaram para mim que eu não chegaria. Porque para um um menino preto que veio de uma periferia, e que está aqui ganhando um puta prêmio desses, é muito importante para mim mesmo. Quero chegar longe”, conclui.
*A repórter viajou a convite do Festival do Rio 2023