K. L. Walther se inspira em Taylor Swift para virar autora bestseller
K. L. Walther é autora do livro Uma Tempestade de Verão, e estará na Bienal do Livro do Rio de Janeiro neste final de semana
atualizado
Compartilhar notícia
Não é precipitado dizer que, atualmente, os fãs mais fanáticos do mundo são os de Taylor Swift. Mais conhecido como “swifties“, os apaixonados pela norte-americana causaram, inclusive, uma atividade sísmica equivalente a um terremoto de magnitude 2,3, durante um show em Seattle (EUA). E, como grande amante da artista, a autora K. L. Walther viu sua vida mudar ao lançar um livro completamente recheado de referências à popstar e às suas músicas.
Uma Tempestade de Verão, um dos principais hits do BookTok e lançado pela editora Rocco, acompanha a história de Meredith Fox, jovem que perdeu a irmã e acabou se afastando de todos. Parou de sair com os amigos, se distanciou da família e foi abandonada pelo namorado. Mas, neste verão, ela está determinada a voltar a viver.
O livro pode até se passar por mais uma comédia romântica para jovens adultos, mas foi inspirado na paixão que K. L. Walther (foto em destaque) tem por Taylor. A autora, inclusive, estava no trabalho — uma livraria — quando abriram os ingressos para a The Eras Tour e sabia que não conseguiria tíquetes para o evento, mas um amigo deu uma forcinha na hora exata.
Com o sucesso da obra, K. L. Walther desembarca no Rio de Janeiro para participar da Bienal do Livro, que acontece de 1º a 10 de setembro no RioCentro. A autora participará da mesa O Romance é Pop ao lado de Lynn Painter e Paula Pimenta, com mediação da jornalista Raffa Fustagno, neste domingo (10/9). Veja a programação aqui.
Em conversa com o Metrópoles, Walther contou sobre suas expectativas para a primeira vez no Brasil e detalhou como foi a criação de Uma Tempestade de Verão, além de deixar um spoiler sobre os seus próximos lançamentos.
Metrópoles: Acho que as conexões entre o seu livro e as músicas da Taylor Swift são incríveis, e nem sou uma “swiftie“. De onde veio essa vontade de escrever o livro com tantas referências a artista?
K. L. Walther: Meu amor e admiração por Taylor, claro! Sou fã desde que ela lançou seu álbum de estreia e agora, como adulta e escritora, estou ainda mais inspirada por suas habilidades de contar histórias e sua ética de trabalho incansável. Antes de escrever Uma Tempestade de Verão, compilei uma playlist para me inspirar e muitas de suas músicas entraram nela. Hey Stephen é uma das minhas favoritas, então decidi escrever minha própria versão do garoto que ela chama de “Stephen”. Outras referências aconteceram organicamente. Não pretendi preencher a história com tantos easter eggs e pistas.
Li que você é mesmo uma swiftie e não conseguiu comprar o ingresso para a The Eras Tour por causa do seu trabalho, mas no final das contas você conseguiu ir ao evento. Esta história é verdadeira?
É verdade! Eu estava no trabalho quando os ingressos foram colocados à venda e sabia que não tinha chance de conseguir nenhum. No entanto, um dos meus melhores amigos conseguiu comprar um par de ingressos para ele e sua namorada… mas eles terminaram antes do início da turnê. Depois de um tempo, perguntei para quem ele estava dando o ingresso extra, e ele confessou que deu os dois ingressos para a ex-namorada como uma tentativa de reconciliação (o que é incrivelmente gentil). Mas, como ele também é um grande swiftie, assumiu como missão encontrar um par de ingressos para nós! Acabamos vendo ela na Filadélfia e foi uma das melhores noites da minha vida. Tenho muita sorte de ter um melhor amigo tão bom.
O movimento natural foi que seu livro se tornasse uma ode dos fãs a Taylor Swift, e de fato aconteceu. Você esperava essa receptividade do público mundial à obra?
Absolutamente não! A ode a Taylor Swift em Uma Tempestade de Verão foi puramente para minha diversão pessoal. Só quando meu primo swiftie estava lendo uma cópia avançada é que percebi o quanto Taylor influenciou o livro, muito além de eu apenas ouvir Fearless e Lover enquanto o escrevia.
“Você sabe que qualquer swiftie que ler isso vai entender, certo?”, minha prima disse, e meu agente literário (também swiftie) concordou com ela. Continuo impressionada com o quão certos eles estavam, porque me diverti muito prestando homenagem a Taylor, enchi What Happens After Midnight (O Que Acontece Depois da Meia-Noite, em tradução livre), meu mais novo livro, com pelo menos dez vezes mais easter eggs.
Esta é sua primeira visita ao Brasil? O que você espera do público brasileiro?
Sim, esta será minha primeira visita e estou muito emocionada! O Brasil está na minha lista de viagens desde os Jogos Olímpicos de Verão de 2016. A energia do Rio era palpável na tela da minha TV, então mal posso esperar para vivenciar a cidade na vida real. Espero muito entusiasmo e cordialidade; sempre que meus leitores brasileiros me enviam mensagens nas redes sociais, essas qualidades transparecem em suas notas. Meu nível de entusiasmo é difícil de expressar em palavras!
Você tem alguma ligação com a cultura brasileira, como música ou literatura? Você gosta de samba e bossa nova, por exemplo?
Uma das razões pelas quais estou tão entusiasmado em visitar o Brasil é para aprender mais sobre sua cultura, e espero sair com o maior número possível de laços. Sou uma viciada em comida, então adorei a culinária brasileira que comi nos Estados Unidos, e a Semana do Samba foi uma das minhas favoritas quando minha mãe e eu assistimos Dancing With The Stars juntas.
Seu próximo livro também será inspirado nas músicas de Taylor? Podemos esperar, por exemplo, um livro inspirado nas músicas de Beyoncé, Madonna, no futuro?
Acho que Madonna e Beyoncé são verdadeiros ícones e abriram caminho para muitos dos artistas de hoje (além de estabelecerem padrões extremamente altos). No entanto, acho Taylor tão atraente porque seu trabalho é esmagadoramente autobiográfico, vulnerável e compreensível para o público jovem adulto. Sinto uma ligação muito forte com ela porque, de certa forma, crescemos juntas.
Eu ouvia Enchanted toda vez que me apaixonava por alguém e cantava Everything Has Changed após conhecer o homem que agora chamo de “o amor da minha vida”. E, com base nas minhas observações na turnê Eras, os adolescentes de hoje continuam crescendo com Taylor. À minha esquerda estava minha melhor amiga de 28 anos, mas à minha direita estava uma garota de 15 anos. Ela escolheu 1989 como sua época de fantasias, mas gritou: “ESTA É MINHA MÚSICA!” quando Taylor nos presenteou com You Belong With Me.
Taylor, de alguma forma, capturou e engarrafou o que chamamos de “adolescência”, e ela a faz brilhar como vaga-lumes em uma jarra, mesmo que possa ser um período difícil na vida de alguém. Tento fazer o mesmo com minha escrita.