K-dramas viram febre no Brasil e lideram apostas no streaming
As novelas coreanas, conhecidas como k-drama, são sucessos nas plataformas de streaming, alçando o topo das produções mais assistidas
atualizado
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Quem nunca ouviu falar sobre Pousando no Amor, da Netflix, e Barganha, da Paramount+? Esses são alguns exemplos dos k-dramas, que invadiram as plataformas de streaming e hoje estão entre as produções mais assistidas. O gênero se tornou uma febre no Brasil e… no mundo.
Principalmente durante a pandemia, os k-dramas passaram de uma produção “escondida” dos streamings para uma das escolhas preferidas dos assinantes. Prova disso é que, de acordo com um estudo da Netflix, a visualização do gênero, entre 2019 e 2022, teve um aumento de seis vezes globalmente.
Ainda na plataforma, apenas no primeiro semestre de 2023, 16 séries alcançaram o TOP10 das produções mais assistidas do Brasil. A Lição, Sorriso Real e Com Carinho Kitty lideraram o ranking. Quando falamos da Paramount+, Barganha é a queridinha do serviço e está no topo da lista.
Os k-dramas não estão sozinhos no mundo: fazem parte da Hallyu ou “onda corenana”. A Coreia do Sul, em um movimento iniciado ainda nos anos 90, deu início a um processo de dissiminação de produções culturais. Neste contexto, além das séries televisivas, filmes e o k-pop se espalharam pelo mundo.
Especialista em conteúdos sobre k-drama, Carol Pardini e Manu Gerino mantêm perfis sobre o gênero audiovisual na internet. Em entrevista ao Metrópoles, as influenciadoras explicaram porque esse tipo de produção faz tanto sucesso no Brasil.
“As histórias apresentadas nos k-dramas muitas vezes são cativantes e envolventes, com temas universais de amor, amizade, família e superação que ressoam com o público brasileiro”, disse Pardini. Gerino vai na mesma linha da colega e ainda citou as semelhanças entre as culturas.
“Primeiro, claro, as histórias que são superemocionantes, interessantes, apresentam uma cultura diferente – o que desperta curiosidade –, mas não tão diferente assim. Essas aproximações acaba sendo uma surpresa e faz a gente se identificar. Muita gente acha que os coreanos são totalmente diferentes de nós, em alguns pontos isso é real, mas em outros aspectos somos bem parecidos”, pontuou.
No Brasil, as novelas, sejam na TV aberta ou por assinatura, são carros-chefe de muitas emissoras. Para as “especialistas” em k-dramas, existem pontos de contato entre o famoso gênero brasileiro e aquele produzido na Coréia. Por exemplo, temas relacionados aos dramas humanos, relacionamentos, algo muito marcante, vida cotidiana, família e amizade.
“O povo coreano é um povo muito trabalhador, assim como o povo brasileiro. Principalmente coreanos e brasileiros que não são ricos. O dia a dia do trabalho está presente em muitas obras dos dois países”, avaliou Manu Gerino.
A disferenças estão na duração dos episódios, que podem passar de 1h, e o estilo da narrativa.
K-drama não é só romance!
Apesar de, quase sempre, estar atrelado a um casal, Carol Pardini e Manu Gerino ressaltaram que o gênero não é só romance, podendo navegar por muitas estilos diferentes, como thriller, suspense, ação, policial, fantasia e outros.
Gerino relatou que esse é um “estereótipo equivocado” que foi criado quando o conhecimento sobre essas produções ainda era extremamente limitado.
“Essa ideia precisa cair, porque assim teremos mais e mais fãs de dramas coreanos, as pessoas ficarão mais interessadas em conhecer, sabendo que existem obras de todos os gêneros, todas as classificações indicativas, voltadas apara todos os públicos”, pontuou.
“Alguns dramas falam sobre mulheres com força física maior que Hércules e Sansão juntos. Outros falam sobre uma raposa de 9 caudas, uma criatura mística do folclore de vários países da Ásia, que vive entre os humanos na forma de um homem . Tem também histórias sobre ceifadores que ajudam pessoas a ficarem vivas e uma mulher que se transforma em cachorro quando a beijam”, exemplificou Gerino.