metropoles.com

Jornalista reflete sobre ditadura em dicionário com 500 verbetes

O jornalista Ayrton Centeno aborda o período no livro Dicionário da Ditadura, onde rememora os horrores da tirania de 1964

atualizado

Compartilhar notícia

Wey Alves/Metropoles
Capa colorida do livro Dicionário da Ditadura, de Ayrton Centeno - Metrópoles
1 de 1 Capa colorida do livro Dicionário da Ditadura, de Ayrton Centeno - Metrópoles - Foto: Wey Alves/Metropoles

O jornalista gaúcho Ayrton Centeno rememorou os tempos em que falava sobre a ditadura — antes mesmo de ficar conhecido por suas três obras sobre Pelotas (RS), sua cidade natal — e estreou o livro Dicionário da Ditadura, no qual não deixa o período tirânico se apagar.

A obra da Autografia Editora é “um prontuário da ditadura de 1964”, onde Centeno traz mais de 500 verbetes no formato de um dicionário. Segundo o autor, a ideia era tornar o livro acessível para quem prefere ler trechos curtos e rápidos, além de possibilidar de ler qualquer página, sem seguir uma ordem.

3 imagens
O autor gaucho reúne verbetes sobre o período e rememora os horrores da época
Artyon é jornalista e responsável por outras obras, sendo três delas sobre Pelotas, onde nasceu
1 de 3

Ayrton Centeno lança o livro Dicionário da Ditadura

Wey Alves/Metropoles
2 de 3

O autor gaucho reúne verbetes sobre o período e rememora os horrores da época

Wey Alves/Metropoles
3 de 3

Artyon é jornalista e responsável por outras obras, sendo três delas sobre Pelotas, onde nasceu

Wey Alves/Metropoles

 

Em conversa com o Metrópoles, Ayrton contou que Dicionário da Ditadura surgiu após pesquisas feitas por ele para o livro-reportagem Os Vencedores, lançado em 2014. Na obra, ele mostra a vitória da juventude que insurgiu contra o poder dos generais tanto pela via da luta armada quanto aquela realizada por meio da MPB, do cinema, do teatro, da literatura, do jornalismo, da cultura em geral.

“Viajei pelo país durante dois anos entrevistando personagens como Dilma Rousseff, Gilberto Gil, José Dirceu, José Genoíno, Aloisio Nunes, Ignácio de Loyola Brandão entre vários outros. E li cerca de 100 livros sobre o período. Logo, fiquei com um imenso acúmulo de material. É o acúmulo que, associado a novas garimpagens, vai resultar no Dicionário da Ditadura”, inicia.

Na letra A, por exemplo, Centeno dimensiosa o impacto da Guerrilha do Araguaia. Já na B, descobrimos que o embaixador da Suíça no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, quando sequestrado por um grupo guerrilheiro, jogava xadrez com seus captores.

Centeno ainda faz questão, em sua obra, de não deixar passar o sofrimento vivido no regime autoritário: “Hoje existe um certo culto daquele período tétrico, entendendo os 21 anos entre 1964 e 1985 como uma era sem corrupção e que apenas quem desafiava a ditadura com armas era punido. É uma falsa percepção. Muita gente que nunca pegou em armas foi assassinada durante a ditadura.”

Penso que toda ditadura traz consigo, além da tragédia, um tanto de tragicomédia e o Dicionário da Ditadura entende isso também. Tanto é assim que seu subtítulo é “Vidas e mortes, vilões e vítimas, fatos e farsas de 1964”. 

Ayrton Centeno
Na imagem colorida, Ayrton Centeno usa fone no ouvido e óculos - Metrópoles
Ayrton Centeno é gaúcho e jornalista, e lança o livro Dicionário da Ditadura

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?