Jornalista diz que sofreu racismo e agressões no Rock in Rio: ouça
Marcelo Manso denunciou um suposto caso de racismo e agressões que sofreu na Arena Itaú TikTok. A organização do evento se pronunciou
atualizado
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O jornalista Marcelo Manso usou suas redes sociais para denunciar um suposto caso de racismo e agressões que sofreu na Arena Itaú TikTok, no Rock in Rio 2022, no domingo (5/9). Ele afirma que foi acusado de roubo e sofreu ameaças por parte de responsáveis pela organização do evento.
Em seu Twitter, Marcelo postou uma foto de uma pulseira de hospital no Rio de Janeiro, datada de 5 de setembro, às 18h01. “Maneiro, a gente vem trabalhar no Rock in Rio, sofre racismo, é acusado de roubar o próprio celular, leva um mata-leão, é ameaçado de morte e ainda tem a credencial retirada para o meio de acesso aos outros dias do evento. Muito bom, nota 0!”, escreveu na legenda.
Ouça o relato de Marcelo Sampaio:
AGRESSÃO E RACISMO NO @rockinrio l Alô, @Approach_Com e @itau pic.twitter.com/mA3l3NUUq4
— Marcelo Manso 🏳️🌈 ★ (@marceloporaqui) September 7, 2022
Marcelo afirmou que acessou um dos locais do evento porque foi orientado. Após o show do cantor João Gomes, ele tentou deixar o local, foi indicado a seguir por uma porta, mas acabou se perdendo. Neste momento, ele teria pegado uma cerveja em uma geladeira do local e um homem de idade, de acordo com ele, apareceu o agredindo.
“Ele já chegou me empurrando, me acusando de roubar. Disse que tinha credencial, que estava cobrindo o evento, mas ele seguiu me ofendendo, dizendo que minha credencial de imprensa era porcaria e não significava merda nenhuma”, disse o jornalista.
O jornalista, que trabalha no portal Mais Brasil, disse que chegou a pegar seu celular para filmar a situação, mas o homem chamou seguranças. Um deles teria lhe aplicado mata-leão, tomou seu celular e o obrigou a desbloquear o celular:
“Nessa hora, eles falaram: ‘Ou desbloqueia ou a gente te apaga’. Fiquei desesperado, imaginado o que eles fariam comigo. Tentava desbloquear, mas errava a senha, estava nervoso. Foi nessa hora que começaram a dizer que o celular nem devia ser meu, que eu devia ter roubado, que eu não tinha cara para ter um celular daqueles.”
Manso aponta que, em certo momento, desbloqueou o aparelho e homens apagaram os registros, inclusive da nuvem. “Fui agredido, alvo de racismo, ameaçado e tive minha privacidade invadida. Nunca imaginei que uma coisa assim fosse acontecer. Já sofri racismo, mas nunca com agressão. Estou com medo e sem conseguir dormir”, lamenta.
Delegacia
Marcelo Manso registrou o caso na 19ª delegacia de polícia, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, como lesão corporal. Além disso, ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e disse que pretende representar contra o autor do fato.
Sobre o Rock in Rio, Marcelo disse que foi acusado de desrespeitar regras do manual de imprensa.
O que diz o Rock in Rio e o Itaú?
Em nota enviada à imprensa, o Rock in Rio afirmou que “repudia qualquer forma de manifestação de racismo, discriminação e preconceito”, mas alega que Manso “precisou ser retirado pela equipe de produção de uma área restrita de backstage que ele invadiu na madrugada do dia 5, por volta das 2h, entrando no contêiner de um dos diretores de palco”.
“No momento do ocorrido, Marcelo Manso agrediu verbalmente o diretor do evento de 74 anos e teve sua credencial retida. O Rock in Rio está tomando as providências legais cabíveis”, diz o comunicado.
No Twitter, a equipe do Itaú disse que está tentando entender mais detalhes do caso: “Sentimos muito pelo o que aconteceu. Acionamos nossos times parceiros para entender detalhes. Reiteramos que para nós, qualquer ato que represente discriminação, violência e preconceito é inadmissível e intolerável.”
@marceloporaqui, sentimos muito pelo que aconteceu. Acionamos nossos times parceiros para entender mais detalhes. Reiteramos que para nós, qualquer ato que represente discriminação, violência e preconceito é inadmissível e intolerável.
— Itaú no Rock in Rio (@itau) September 6, 2022