Jeito de consumir música mudou no Brasil pós-coronavírus
Estudo da Deezer, mostra que usuários passaram a utilizar a plataforma em horários diferentes e abandonaram celulares
atualizado
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Com a pandemia do novo coronavírus, o mundo tem passado por diversas mudanças em vários setores da sociedade, até mesmo o consumo de música em aplicativos de streaming sofreu com variações. É o que mostra o estudo da Deezer. De acordo com a plataforma, os usuários passaram a utilizar mais dispositivos domésticos e mudaram horários de maior consumo.
Segundo o levantamento, com as mudanças causadas pelo isolamento no mundo todo, ocasionando o fim do deslocamento diário de milhões de pessoas, o horário de pico no stream, que antes era às 7h – momento em que as pessoas vão para o trabalho, escolas, faculdades,etc. – passou a ser entre 9h e 10h, no mundo todo.
A mudança nos horários de consumo também afetaram os fins de semana. A plataforma tem recebido um número maior de pessoas escutando músicas durante a tarde, o que nunca havia acontecido. Às sextas-feiras, anteriormente, reuniam o maior volume de streams da semana, isso mudou e agora, pela primeira vez, todos os dias se comportam iguais.
Outra modificação notada no estudo foi que os usuários passaram a dar mais plays nas músicas em aparelhos domésticos, como computadores, smart TVs e assistentes virtuais. Só no streaming via Chromecast, o aumento foi de 102% no Brasil (60% no mundo).
Foi o caso do estudante Gustavo Henrique Borges, que acabou escolhendo outros dispositivos para escutar artistas como Hungria Hip-Hop e Gusttavo Lima (foto em destaque). “Eu uso mais o aplicativo do celular para conectar no carro, mas com a quarentena não dá para sair muito né? Então, estou usando bem mais no computador”, conta.
“Choque” nos primeiros dias
Os números divulgados pela Deezer também demonstraram que os acessos à plataforma caíram na primeira semana de quarentena na Itália, mas voltaram a subir logo em seguida. O “choque” nos primeiros dias também aconteceu na França – e o Brasil segue a mesma tendência.
Após a queda nos primeiros dias, os acessos voltaram com um interesse maior dos usuários em conteúdos que refletissem o tempo em casa e ajudasse na distração das crianças. O canal Vida em Casa, criado para incentivar as pessoas ficarem em casa e que reúne temas como esporte e meditação teve um aumento na procura de 218%.
Com as academias fechadas e as recomendações para evitar atividades físicas ao ar livre, muitas pessoas procuraram alternativas para se manter em forma. Na Deezer, a playlist Malhando em Casa cresceu 227%. No entanto, a que mais cresceu no Brasil foi a Mundo Disney (3.634%), o que demonstra a grande necessidade dos pais buscarem opções de entretenimento para os filhos.
Influência das lives
As lives feitas por diversos artistas brasileiros também refletiram nas buscas da Deezer. Depois da transmissão de mais de cinco horas, feita no último sábado (28/03) Gusttavo Lima, teve um aumento de 40% em streams no domingo, em relação aos domingos anteriores. Algo semelhante aconteceu com Michel Teló, que teve um consumo 40% maior no sábado, depois da live de sexta.
Desde sexta (03/04), artistas como Lucas Lucco, Léo Santana e Jorge e Mateus participam da programação de shows on-line. A dupla sertaneja têm mobilizado milhões de fãs para apresentação que ocorrerá às 20h, com transmissão ao vivo no YouTube dos artistas.