Igreja católica se revolta com “símbolos satânicos” em ópera urbana
Um espetáculo que está prestes a ser encenado no Halle de La Machine, em Toulouse, na França, gerou polêmica com a igreja local
atualizado
Compartilhar notícia
Um espetáculo que está prestes a ser encenado no Halle de La Machine, em Toulouse, na França, gerou controvérsia entre a comunidade católica local. A Ópera Urbana intitulada Le Gardien du Temple – La Porte des Ténèbres (O Guardião do Templo – A Porta da Escuridão, em tradução livre) trouxe à tona discussões por conta de uma de suas figuras centrais, Lilith.
A personagem, que mistura características humanas e animais, é representada por uma imponente máquina controlada por 18 técnicos usando exoesqueletos. Ela aparece com metade do corpo de mulher, o restante de escorpião, além de pernas de aranha e chifres.
Lilith será apresentada em um desfile pelas ruas da cidade, acompanhada de outras obras mecânicas criadas por François Delarozière, como Ariane, a aranha gigante, e Asterion, uma figura que remete ao lendário minotauro.
O evento está programado para ocorrer entre 25 e 27 de outubro.
Ver esta publicação no Instagram
A Igreja Católica local manifestou sua preocupação com os símbolos considerados “satânicos” presentes no desfile, chegando a emitir avisos aos fiéis. O arcebispo de Toulouse, Guy de Kerimel, declarou que irá consagrar “a cidade e a diocese ao Sagrado Coração de Jesus” durante a missa, em resposta às polêmicas geradas pelo evento.
“O que levanta questões para Kerimel é que este espetáculo encarna uma forma de fascínio por tudo o que é mau, nomeadamente por Lilith, o demônio no centro da história, o Minotauro e este cartaz com uma cidade em chamas e igrejas queimando”, disse Hervé Gaignard, responsável pela diocese de Toulouse ao portal Actu Toulouse.
“Um show nunca é neutro. Mesmo que ele pareça bem-humorado à primeira vista. Estamos muito vigilantes quanto ao uso de símbolos ou figuras satânicas como Lilith. Um espetáculo estimula emoções nos espectadores e pode participar da nossa construção pessoal. Nunca é completamente inocente”, completou.