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Hitler na Argentina? Teoria da conspiração volta com força na ficção

Teorias sobre “últimos dias de Hitler” inspiram obras de ficção como O Homem da Patagônia e Hunters

atualizado

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O homem da patagonia
1 de 1 O homem da patagonia - Foto: divulgação

Volta e meia a ficção (seja literatura, cinema ou televisão) aborda um tema: que o líder nazista Adolf Hitler teria sobrevivido à captulação da Alemanha na 2ª Guerra Mundial e teria vivido seus últimos dias na Argentina. O tema povoa produções variadas – aqui, é válido frisar, no mundo da ficção – como duas obras recentes: o livro O Homem da Patagônia e a série Hunters.

Hunter, do Prime Video, tem sua segunda temporada – que estreou em 13 de janeiro – concentrada na caçada por Hitler, que viveria escondido na Argentina, tramando um possível 4º Reich.

O Homem da Patagônia trata o mesmo assunto, mas por meio de um thriller psicológico: o psicanalista Sebastián Lindner é chamado para atender a um homem idoso, alemão, que vive na Argentina. E, conforme as sessões vão acontecendo, ele pensa estar de frente ao líder nazista.

Para o autor da obra, o jornalista e psicanalista Paulo Stucchi, a teoria de que os nazistas teriam fugido para a Argentina – uma antiga conspiração – aparece na ficção por conta da forma como se deu a morte de Hitler.

“Acredito que o principal fator seja a ausência de um corpo. Diferentemente de Mussolini, cujo cadáver foi mostrado em praça pública, não se teve acesso ao corpo de Adolf Hitler. Claro que, para muitos, isso ajuda a criar teorias diversas, entre elas, a de que ele tenha escapado. Há também outros fatos de menor conhecimento público, como o alerta da Inteligência Inglesa, ainda em 1945, avisando de que Hitler e alguns de seus oficiais tinham escapado do bunker. Não estou afirmando, aqui, que acredito nessa ou naquela versão; mas realmente é estranho que os soviéticos tenham queimado os corpos de Hitler e Eva Braum. Outra versão diz, ainda, que ambos os corpos foram encontrados carbonizados no bunker, destruído pelos bombardeios”, comenta Stuchhi, em entrevista ao Metrópoles.

Perigos da ideia

Uma das críticas sobre a 2ª temporada de Hunters, por exemplo, é de que a produção pode dar visibilidade aos ideias defendidos pelos nazistas. Paulo Stucchi, no entanto, entende que tratar do tema é importante.

“Na Alemanha, é comum que se fale abertamente sobre o nazismo, até porque, sem conhecimento do que realmente foi esse regime, não se pode combatê-lo. Falar sobre um assunto não é o problema; a questão é mostrar os fatos e contextualizá-los para que não voltem a acontecer. Muitas obras de ficção exploram o nazismo, mas em todas elas sua filosofia não é mostrada como algo positivo”, opina o escritor.

Por fim, Stuchhi avalia os motivos para que o tema faça sucesso em obras de ficção.

“Além disso, o nazismo mexeu com muitos aspectos da natureza humana; ele não apenas possibilitou que sociopatas e psicopatas saíssem de seus armários, como levou uma quantidade enorme de pessoas a praticar o mal achando que estavam fazendo algo correto”, conclui.

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