Harry Potter segue uma franquia lucrativa depois de 26 anos de magia
Harry Potter se mantém como uma das sagas mais famosas do mundo, e ganha diversos produtos derivados dos livros e dos filmes
atualizado
Compartilhar notícia
Em 1997, a escritora J. K. Rowling lançava o primeiro livro do que seria uma das sagas mais famosas da história. O mundo inteiro era apresentado ao menino órfão com cicatriz, a Hermione Granger e a Ron Weasley em Harry Potter e A Pedra Filosofal. Não era de se esperar, no entanto, que o universo de magia criado nas obras tornaria-se uma das sagas mais vendidas e reproduzidas do planeta, transformando-se de livros para filmes, peça teatral, almanaques, brinquedos, produtos de decoração, bijuterias, série e por aí vai.
Nem mesmo as declarações transfóbicas da autora e a intensa publicidade negativa que elas atraem ao produto foram capazes de diminuir o interesse do público pela franquia. O mais recente “filho” dessa galinha dos ovos de ouro é Harry Potter: O Almanaque Mágico, que inclui cenas, infográficos e particularidades mágicas do mundo bruxo.
Ainda no âmbito dos livros — distribuídos no Brasil pela editora Rocco —, Harry Potter ganhou sete obras originais: Pedra Filosofal, Câmara Secreta, Prisioneiro de Azkaban, Cálice de Fogo, Ordem da Fênix, Enigma do Príncipe e Relíquias da Morte. Com o sucesso dos livros, oito filmes foram lançados pela Warner Bros, sendo o último dividido em duas partes. Todas as adaptações cinematográficas ficaram entre os 40 filmes de maior bilheteria da história.
Até mesmo o claudicante spin-off Animais Fantásticos manteve o universo “mágico” em alta. Os três títulos lançados até o momento, apesar de não terem o mesmo sucesso de público, acumulam US$ 1,8 bilhão de bilheteria.
Expandindo ainda mais o universo de Hogwarts, a indústria transformou a saga originada no Reino Unido em 11 jogos de videogame — sendo Hogwarts Legacy um dos games mais populares de 2023 —, audiolivros e uma peça de teatro, intitulada Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, também lançada em formato de livro.
Daniel Radcliffe (Harry Potter), Rupert Grint (Ron Weasley) e Emma Watson (Hermione Granger) se reuniram no especial Harry Potter: De Volta a Hogwarts em um especial da HBO Max para comemorar os 20 anos do primeiro filme da franquia. A reunião dos bruxinhos se tornou a estreia mais vista da HBO Max na América Latina.
Harry Potter em números
A quantidade de produtos derivados dos livros de J. K. Rowling — que, mesmo com seus discursos preconceituosos, não consegue estragar o amor dos fãs pela saga — prova que Harry Potter se consolidou como uma das histórias mais amadas do mundo.
Diretor comercial e de marketing da Rocco, Bruno Zolotar disse para o Metrópoles que houve um crescimento de vendas dos livros durante a pandemia da Covid-19, mas o executivo apontou que o universo de Harry Potter tornou-se “atemporal”.
“O universo de Harry Potter tem o mérito de ser atemporal e de continuar conquistando novas gerações sem parar. Há os leitores que começaram a ler os livros há mais de 20 anos, mas depois diferentes gerações continuaram a descobrir a série. Durante a pandemia tivemos um ‘boom’ de vendas dos livros aqui no Brasil, porque os pais compravam as caixas com os sete livros para que as crianças maratonassem em casa e também porque jovens na faixa de 15 anos começaram a falar deles no TikTok”, explica ele.
Zolotar ainda citou o lançamento de edições especiais dos livros, lançadas anualmente: “É importante também destacar que há o constante lançamento de edições especiais. Só nesse final de ano estamos lançando o Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, versão capa dura e ilustrada com design do brasileiro Eduardo Lima e o Harry Potter e o Cálice de Fogo versão Casas de Hogwarts, e produtos do universo do bruxo como o Almanaque Harry Potter, que mal chegou já está praticamente esgotado aqui na Rocco.”
Segundo o executivo, foram vendidos oito exemplares de Harry Potter e a Pedra Filosofal por hora no Brasil neste ano. Em 2020 e 2021, as vendas do primeiro livro da saga cresceram 60% em comparação a 2019.
“Há todo um ‘ecossistema’ em torno de Harry Potter que faz com que a série não pare de ser mencionada, como os filmes exibidos na TV a cabo e no streaming, o parque da Universal, nos Estados Unidos, e os mais diversos produtos licenciados com a franquia, que vão de chocolates a itens decorativos. Isso mantém as vendas em alta”, finaliza ele.
O que vem por aí?
No mundo dos livros, a Rocco lançou em 10 de outubro Harry Potter: O Almanaque Mágico, que inclui cenas, infográficos e particularidades mágicas do mundo bruxo, reunindo objetos encantados, alimentos fabulosos, plantas curiosas e animais fantásticos da série em sete capítulos, criados por sete ilustradores.
O artista sino-canadense Weitong Mai, um dos ilustradores do Almanaque Mágico, disse ao Metrópoles que teve Harry Potter incluído em sua vida desde a infância, incluindo uma matéria na época da escola.
“A primeira vez que li Harry Potter foi quando tinha 9 anos. Eu li a versão traduzida em mandarim na época, então havia algumas incompatibilidades com nomes de pessoas e feitiços mágicos. Ao ilustrar para o Almanaque Mágico de Harry Potter, muitas lembranças da minha infância vieram à tona. Minha familiaridade anterior com a série me permitiu abordar o projeto com uma profunda compreensão e apreciação pelos detalhes ricos e intrincados do mundo bruxo”, contou.
“Como imigrante, minha família e eu nos mudamos para Vancouver quando eu tinha 14 anos. Os livros didáticos que usei em minhas aulas de ESL (Inglês como Segunda Língua) incluíam a série Harry Potter. Através desses livros, passei a sentir fortemente que Harry Potter possui a beleza da linguagem que cria um mundo mágico.”
Este mundo não é apenas encantador, mas também transmite profundas lições de vida, incluindo temas de amor, amizade, família, poder e muito mais.
Weitong Mai
Sobre a criação do Almanaque Mágico, Weitong contou que “o foco era proporcionar aos fãs uma experiência rica e envolvente, oferecendo-lhes uma visão mais profunda do mundo mágico”.
A Rocco também trabalha para lançar uma nova edição de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, do estúdio de design Mina Lima, formado pelo designer gráfico mineiro Eduardo Lima e da inglesa Miraphora Mina.
Série de TV
Ainda não se sabe quando e nem como, mas a saga Harry Potter vai ganhar mais um capítulo, desta vez na TV. O universo do bruxinho vai aparecer em uma série produzida pelo novo streaming da Warner Bros. Discovery, o Max.
A série segue a mesma linha dos filmes e terá temporadas baseadas nos livros de J.K. Rowling. Descrita como uma “série de uma década”, ela vai resgatar o universo que ocupa as ruas de Londres, mas agora com um elenco totalmente novo.
“Harry Potter é um fenômeno cultural e está claro que existe um amor duradouro e uma sede pelo mundo mágico”, afirmou o presidente e CEO da HBO & Max Content, Casey Bloys. Ele garantiu ainda que a produção “vai mergulhar profundamente em cada um dos livros icônicos que os fãs continuaram a apreciar por todos esses anos”.