Hogwarts Legacy reacende debate sobre transfobia de J.K Rowling
J.K Rowling tem direitos aos royalties da comercialização do jogo, embora não esteja diretamente envolvida no lançamento
atualizado
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Hogwarts Legacy chega, nesta sexta-feira (10/2), para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S, mas já vem causando polêmica nas redes sociais. Enquanto parte dos gamers está contando os dias para se aventurar no universo Harry Potter, outros defendem que investir no RPG de ação é passar pano para as várias declarações transfóbicas de J.K Rowling, autora do romance que originou a série de filmes.
Isso porque, como detentora dos direitos autorais do romance, J.K Rowling também deve lucrar com royalties gerados pelo sucesso do jogo, que tem preço médio de R$ 300.
Apesar disso, a Portkey Games, selo de Hogwarts Legacy, faz questão de explicar que JK Rowling não está diretamente envolvida na criação. “Embora seu extraordinário corpo de escrita seja base de todos os projetos no Mundo Mágico”, diz um texto da empresa, publicado no FAQ.
“Os jogos de chave de portal não são adaptações diretas dos livros e filmes, mas estão firmemente enraizados no universo mágico de Harry Potter. Fiéis à visão original de J.K Rowling, os desenvolvedores Portkey traçam um novo território, criando novas maneiras para os fãs mergulharem no Mundo Mágico”, diz o texto da Portkey Games direcionado aos fãs.
Personagem trans
O distanciamento das declarações preconceituosas de Rowling também foi evidenciado por algumas decisões da equipe responsável pelo game. O sistema de criação de personagem permite criar um personagem transgênero, apesar de algumas limitações, como a obrigatoriedade de do jogador escolher se prefere ser chamado de “bruxo” ou “bruxa”.
Também há a expectativa de que Hogwarts Legacy introduza a primeira personagem trans do universo Harry Potter: Sirona Ryan, uma bruxa que atua como proprietária do Três Vassouras na vila de Hogsmeade.
Embora a sexualidade de Sirona não apareça de forma explícita na aventura, o diálogo da personagem é bastante sugestivo.
“Conheço [Lodgok] há anos. Nos conhecemos quando eu era garçom aqui como estudante – bem antes de comprar o lugar”, diz Sironaem um trecho reproduzido pela EW.
“Ele foi cordial o suficiente, mas não éramos amigos na época. Sua desconfiança em relação aos bruxos era profunda… Não o via há anos quando ele veio aqui alguns meses atrás. Mas ele me reconheceu instantaneamente. O que é mais do que posso dizer sobre alguns dos meus colegas de classe. Eles levaram mais de um segundo para perceber que eu era realmente uma bruxa, não um bruxo”.