Festa do Galinho de Brasília atrai foliões que gostam de frevo
O tradicional bloco não saiu às ruas de Brasília, mas comemorou o Carnaval no Galpão 17
atualizado
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A edição paga do Galinho de Brasília reuniu, nesta segunda-feira (4/3), um público variado. Crianças, adultos e idosos dançaram ao som de música ao vivo, com canções do Trem da Alegria e do Balão Mágico em ritmo de frevo. A decoração do galpão no qual aconteceu a festa homenageou Pernambuco, estado onde o tradicional Galo da Madrugada, que é padrinho do bloco de Brasília, atrai multidões.
Pela primeira vez, a festa do Galinho aconteceu em um local fechado: o Galpão 17, localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). A trilha sonora continuou a atrair os amantes do frevo – mas, até as 15h, entretanto, o local ainda não estava cheio. Os comerciantes disseram que esperavam uma quantidade maior de gente.
A mudança agradou a assessora parlamentar Maria Izabel Vieira, 35 anos. “É bom para nos manter longe da chuva”, explica. Além do Galinho, ela compareceu ao Carnaval no Parque e ao bloco Eduardo e Mônica. “A folia em Brasília é muito diversificada e atende a todos.”
Já o casal de recifenses Maria Cristina Gomes, 35, motorista, e o militar Flávio Luiz, 45, diz sentir falta do bloco na rua. “Tira o brilho da multidão”, define ele. Em Brasília há cinco anos, eles descrevem o bloco como o único que os faz se sentir em casa. “Sentimos saudade da nossa terra. Gostamos da concentração de gente de Pernambuco aqui. Encontramos pessoas com ideias e costumes parecidos”, afirma Flávio.
Maria Cristina conta que, ao chegar à capital, sentiu a enorme diferença entre o Carnaval local e o recifense. “O de lá é muito mais complexo, com mais opções”, diz.
Os diretores das edições de rua do Galinho, Miriam e Sérgio Brasiel, contam que o convite para a realização da festa veio dos donos do Galpão 17. “O positivo de tudo isso é saber o quanto o Galinho é querido”, afirma Miriam.
A aposentada Edvanete Andrade, 75, tem o costume de viajar para Olinda todo ano na época do Carnaval. Desta vez, no entanto, não foi possível. “A salvação foi o Galinho. Achei ótima a mudança também. Quando vi a notícia de que o bloco não ia sair, fiquei realmente muito triste. A sorte é que conseguiram improvisar, e ficou até melhor”, comenta.
Nicole Dall’Igma, bancária de 41 anos, aproveitou a ocasião para festejar com a família. Junto da filha Bruna, 7, o marido e o sogro, ela diz que o lugar é propício para uma sensação maior de segurança. “Aqui em Brasília falta frevo, que é o que gostamos e procuramos. Os outros blocos dispersam muito de ritmo”, completa.