Caixa reúne trabalhos de artistas brasilienses
“Transborda Brasília” leva à Galeria Acervo, até 20 de setembro, obras de 20 realizadores selecionados, entre nomes conhecidos e outros em ascensão
atualizado
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As artes visuais brasilienses atravessam rico momento. Jovens autores surgem em diversas linguagens com variados graus de experimentação. Novos espaços abrem suas portas para eles – e chamam atenção da mídia, assim atingindo público cada vez maior. Ideias quentes, pensamentos arejados, novas formas de projeção e divulgação.
Esse crescimento se deu à margem dos dois grandes centros culturais/institucionais da cidade: o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e a Caixa Cultural. Agora, cada um deles está tentando correr atrás. Nesse sentido, é significativo o fato de a Caixa ajudar a promover (e receber em suas galerias) este “Transborda Brasília”.
Primeira edição do mais novo prêmio das artes visuais candangas, o “Transborda Brasília” leva à Galeria Acervo da Caixa Cultural, até 20 de setembro, obras de 20 realizadores selecionados. Sua comissão de seleção teve a tarimba de peritos como Ralph Gehre (artista plástico e curador) e Marília Panitz (professora da UnB e curadora).
Protagonistas e nomes em ascensão
Trata-se, assim, de um interessante esboço do que se produz hoje em Brasília. Ali estão protagonistas como Camila Soato, Virgílio Neto, Raquel Nava e André Santângelo, donos de estéticas e temáticas consolidadas e imediatamente reconhecíveis. Ali também estão nomes em ascensão na cena local, a exemplo de Rodrigo Cruz, Renato Rios, Leopoldo Wolf e Nina Orthof.
E vale chamar a atenção para as três vencedoras do “Transborda Brasília”, anunciadas quando a exposição já estava em curso: Karina Dias, Julia Milward e Janaína Miranda.
Todos os citados circulam há algum tempo pelo circuito local das artes visuais e (muito) merecem o espaço que enfim lhes ofereceram na Caixa Cultural. Mas…
Uma pena que o fortuito visitante que ali passe e resolva entrar na mostra, talvez atraído pela recente exposição do popstar surrealista Joan Miró, por exemplo, ou qualquer outra das tantas atividades do espaço, saia da sala de “Transborda Brasília” com pouco mais do que boas impressões e alguns nomes para mais tarde, quem sabe, jogar no Google.
Falta informação
Perde-se a chance de se apresentar mais do que um conjunto heterogêneo de desenhos, pinturas, fotografias, vídeos e instalações. Uma montagem mais rigorosa (e generosa) ofereceria mais do que o nome do artista, o título da obra e a técnica utilizada, que afinal são os rudimentos de qualquer catálogo.
Esse painel, que pretende destacar nomes ainda não consagrados, poderia trazer também pequenas biografias à guisa de introdução. Trazer depoimentos do próprio artista sobre o trabalho ali em destaque. Trazer até mesmo uma montagem mais provocativa, para que a soma do conjunto seja mais interessante do que a individualidade de cada peça. É justamente essa a potencialidade de uma coletiva.
Até 20 de setembro, na Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, Quadra 4, Lotes 3 e 4, 3205-9448). Terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada franca. Livre.