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Obras polêmicas da “Queermuseu” serão exibidas em prédios da UnB

Gaudêncio Fidelis, curador da mostra cancelada, fará abertura do evento e falará sobre a questão da arte na atualidade

atualizado

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Rogerio-Nazari queermuseu
1 de 1 Rogerio-Nazari queermuseu - Foto: Reprodução

O fechamento da exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, que ocorreu em setembro, ainda está dando o que falar. Nesta segunda-feira (23/10), a Universidade de Brasília (UnB) irá projetar algumas das obras mais polêmicas da mostra na fachada de prédios do campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte.

O ato, previsto para ocorrer na Galeria Espaço Piloto das 19h às 22h, faz parte do evento Conversas Sobre Arte, que está na programação da Semana Universitária – momento em que a UnB abre as portas para o público com uma série de eventos temáticos gratuitos.

Confira algumas das peças exibidas na polêmica exposição:

17 imagens
“Busto de Jovem” (1889), de Pedro Américo
"La Femme 4" (2011), de Silvia Giordani
"Sem Título" (1910), de Angelina Agostini
"Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva" (1994), de Fernando Baril
“Imigrante Lituano” (1930), de Paulo Osir
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" Travesti da Lambada e Deusa das Águas", uma das obras polêmicas

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“Busto de Jovem” (1889), de Pedro Américo

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"La Femme 4" (2011), de Silvia Giordani

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"Sem Título" (1910), de Angelina Agostini

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"Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva" (1994), de Fernando Baril

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“Imigrante Lituano” (1930), de Paulo Osir

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"Sem Nome" (2001), de Marcos Chaves

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“Ataque Automático” (1985), de Milton Kurtz

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"Cena de Interior II" (1994), de Adriana Varejão

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"Cristo Nosso de Cada Dia" (1978), de Roberto Cidade

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"The Dynamics of Change" (2011), de Odires Mlászho

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"Sem Título" (2011), de Otto Sulzbach

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“Oxumaré” (1980), de Nelson Boeira Faedrich

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"Last Resort" (2016), de Felipe Scandelari

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"Cabeça Coletiva" (1975), de Lygia Clark

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"Trasque Traque" (1991), de Eugênia Rolim

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"Is a Feeling" (2013), de Cibelle Cavalli Bastos

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Gaudêncio Fidelis, curador da mostra cancelada, abrirá o evento às 18h com um debate sobre a questão da arte na atualidade. Em conversa exclusiva com o Metrópoles, o especialista dá seu olhar sobre os últimos acontecimentos e explica quais serão seus próximos passos.

Criminalização da arte
Para o curador, a “Queermuseu” trata de um assunto que vai muito além das polêmicas geradas. “É a quarta exposição no mundo e a primeira na América Latina sobre a teoria queer, um tema muito relevante na atualidade”, explica Gaudêncio.

A mostra conta com mais de 270 obras feitas por 85 artistas brasileiros que tratam do universo LGBT, levantando questões de gênero e de diversidade. Algumas delas foram acusadas de apologia à pedofilia e sexualização de menores, crimes previstos em lei.

Esse ataque contra a mostra faz parte uma campanha difamatória produzida por membros de uma direita radical que busca criminalizar a produção artística atual.

Gaudêncio Fidelis

Gaudêncio confirmou que a mostra voltará a ser aberta ao público em 2018, no Parque Lage do Rio de Janeiro (RJ). Além disso, ele afirmou que vai abrir um processo judicial contra o Movimento Brasil Livre (MBL) pelos ataques realizados contra ele nas redes sociais.

Divulgação
“A arte sempre vai existir, mas o fato de haver tentativas contra ela mostra que a nossa democracia está em risco”, afirma Gaudêncio Fidelis, curador da “Queermuseu”

O curador também está atuando na Justiça contra o Santander Cultural, que lesionou o trabalho da equipe da exposição ao fechar a mostra antes do prazo estabelecido, e o prefeito do Rio, Marcello Crivella. O político teria difamado o curador ao chamá-lo de pedófilo e ao vetar a ida da mostra ao Museu de Arte do Rio (MAR).

Apesar do cenário turbulento, Gaudêncio não acredita que a arte irá regredir no Brasil, mas afirma temer pelo cenário político futuro. “A arte sempre vai existir, mas o fato de haver tentativas contra ela mostra que a nossa democracia está em risco. Tenho medo do que vem pela frente”.

 

 

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