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Morre Emanoel Araujo, artista e curador do Museu Afro Brasil, aos 81

Em nota, instituição afirmou que o artista foi “encontrado sem vida por um funcionário do museu em sua residência”, em São Paulo

atualizado

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Divulgação/Museu Afro Brasil
Emanoel Araújo
1 de 1 Emanoel Araújo - Foto: Divulgação/Museu Afro Brasil

O artista plástico e escultor Emanoel Araújo (foto em destaque), curador do Museu Afro Brasil, morreu nesta quarta-feira (7/9), aos 81 anos. De acordo com nota enviada à imprensa pela instituição, ele foi “encontrado sem vida por um funcionário do museu em sua residência, no bairro da Bela Vista, região central da cidade de São Paulo, por volta das 10h de hoje”.

“O Museu Afro Brasil se solidariza com a família e os amigos neste momento de profunda tristeza. Emanoel Araujo sempre foi um patriota que elevou e divulgou o Brasil e a cultura do nosso país”, diz a nota.

O velório do artista plásticoacontecerá nesta quinta-feira (8/9), a partir das 9h, na sede do próprio museu, e será aberto ao público. A entrada se dará pelo Portão 3 do Parque Ibirapuera. O sepultamento ocorrerá às 16h, no Cemitério da Consolação.

Trajetória

Emanoel Araujo nasceu em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, no 15 de novembro de 1940. Em 1959 realizou sua primeira exposição individual, ainda em sua terra natal. Mudou-se para Salvador na década de 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.

Sua primeira premiação nacional foi em 1966, por sua participação na II Exposição Jovem Gravura Nacional no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e, no circuito internacional, foi premiado, em 1972, com a medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. No ano seguinte, recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor.

Pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) recebeu o Prêmio Cicillo Matarazzo em 1998 e 2007, além do Prêmio Clarival do Prado Valladares, em 2020, ano em que também recebeu a Medalha Zumbi dos Palmares pela Câmara Municipal de Salvador.

Em 2021, foi agraciado com a Medalha Tarsila do Amaral pelo Governo do Estado de São Paulo.

Foi diretor do Museu de Arte da Bahia (1981-1983). Lecionou artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988). Entre 1992 e 2002 foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Nos anos de 1995 e 1996 foi membro convidado da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Em 2004, fundou o Museu Afro Brasil, em São Paulo, do qual é Diretor Curador e Executivo até os dias de hoje.

Expôs em várias galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas.

Durante sua gestão no Museu Afro Brasil, a exposição Africa Africans, da qual foi curador, foi premiada como melhor exposição de 2015 pela ABCA. Como curador independente, sua exposição Francisco Brennand Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo recebeu o prêmio Paulo Mendes de Almeida, como a melhor exposição realizada no país no ano de 2017.

Emanoel Araujo estava trabalhando atualmente para levar ao Museu Afro Brasil, em novembro, uma exposição temática sobre o bicentenário da independência, entrelaçando duas datas: o 7 de Setembro, dia da proclamação da independência do país, na capital paulista, e 2 de julho de 1823, data de efetivação do movimento da independência baiana que efetivou o processo de emancipação do Brasil.

Luto

Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo, decretou luto oficial de três dias no estado.

“Emanoel Araújo foi um ícone da cultura negra no Brasil. Artista, professor, pesquisador e gestor público de múltiplos talentos, Emanoel deu uma nova dinâmica à Pinacoteca de São Paulo, fundou o Museu AfroBrasil e trabalhou durante toda sua vida pela valorização da história da arte afrodescendente brasileira e da arte africana. São Paulo seguirá com seus ensinamentos”, disse ele.

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