Lêda Watson completa 50 anos de arte e anuncia mudanças na carreira
Gravurista responsável pela criação do Museu de Arte de Brasília está preparando uma nova exposição individual
atualizado
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A gravurista Lêda Watson está completando 50 anos de carreira neste ano. Nascida nos Estados Unidos, passou a juventude no Rio de Janeiro e teve formação na Escola de Belas Artes de Paris (França), acolheu Brasília como cidade para fincar raízes em 1973. Apesar de fazer um panorama negativo sobre as artes da atualidade, segue ativa na produção de gravuras.
Com obras em espaços como o Museu Nacional de Brasília e a Biblioteca Nacional de Paris, Lêda foi uma das figuras mais importantes na construção de um cenário artístico na capital. Ela, inclusive, atuou vigorosamente na criação do Museu de Arte de Brasília (MAB), fechado em 2007 por danos estruturais e com reabertura marcada para o ano que vem.
Nova exposição
Em entrevista ao Metrópoles, a artista afirma que tomou três decisões para comemorar os 50 anos de carreira. A primeira foi dar o pontapé inicial de uma exposição individual no Museu de Brasília para o ano que vem.
“Tentei conseguir um apoio pelo FAC, mas meu projeto não foi aprovado. Acho que preferem os artistas novinhos”, desabafa. Ainda assim, ela busca uma parceria com o Wagner Barja, diretor do museu, para que a mostra aconteça.
Não vou desistir de apresentar minhas obras. O povo brasiliense não pode se esquecer dos artistas pioneiros
Lêda Watson
A segunda decisão diz respeito à produção de um catalogo com todas suas produções realizadas de 2008 até hoje. “Eu já publiquei um livro há cerca de dez anos e, mesmo assim, diversos amigos insistem que eu faça um novo. Vamos ver se fica legal”, conta.
Confira algumas de suas obras:
Mudança de rumos
A terceira decisão será considerada infeliz por muitos artistas iniciantes da capital. Após 30 anos dando aulas em seu ateliê localizado no Lago Sul, ela não abrirá novas turmas. “Estou cansada. Vou focar em meus próprios projetos, que estão parados há alguns meses”, revela.
Apesar de olhar para sua trajetória com carinho, Lêda tem uma perspectiva negativa sobre a produção artística atual. “Tem muita gente fazendo coisa boa hoje, mas tem mais gente fazendo coisa ruim e mesmo assim sendo aplaudido. É difícil de entender”, avalia.