Grafite das Minas abre exposição no Conic com obras de artistas do DF
O Grafite das Minas valoriza artistas do DF, por meio da formação de alunas de escolas públicas e da visibilidade de produções locais
atualizado
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Arte urbana produzida por mulheres: é isso que a exposição do projeto Grafite das Minas, que fica no primeiro andar do Boulevard Center, no Conic, em Brasília, até o dia 25 de agosto, promove. O trabalho de oito grafiteiras do Distrito Federal está estampado em manequins femininos de vitrine.
Na mostra, são apresentadas obras de Amanda Owls, Borgê, Bruna Mandu, Didi Colado, Ganjart3, Loury Lima, Milk e Santa Surda, escolhidas através de uma seleção pública para grafiteiras de todo o DF e Entorno, além de May Bucar, que também é curadora da exposição.
Astaruth Lira, artista visual e idealizadora do projeto, explica o motivo das obras terem sido feitas em manequins: “O projeto tem a intenção de questionar esse suposto padrão único de beleza, que é reproduzido nas manequins de vitrine. Mas que não existe, pois o corpo feminino é diverso! E através do grafite, a gente tenta levar esses questionamentos, por meio de obras de mulheres, cada uma com sua linguagem, seu senso crítico e suas histórias”.
“Todo tipo de incentivo a novas grafiteiras é sempre bem-vindo. Olhando de fora como curadora, achei o projeto incrível por poder selecionar grafiteiras, remunerá-las e ter uma exposição de todo o trabalho feito. É lindo de ver, isso motiva as artistas, acredito que vá dar um gás a mais para todas elas. Houveram até hoje poucas exposições coletivas só de grafiteiras, esse projeto veio para somar e ficar na história do grafite feminino no DF”, declara Naiana Nati, uma das curadoras do projeto.
O Grafite das Minas visa transformar o cotidiano por meio da arte. Além da seleção das grafiteiras, produção e exposição das obras, o projeto também promove oficinas de grafite para mulheres estudantes de escolas públicas do DF.
Arte nas Escolas
A iniciativa pretende dar visibilidade, reconhecimento e impulsionar a formação artística de estudantes do ensino médio da rede pública de ensino. Para isso, a grafiteira Lua Nzinga formará 60 estudantes, de 15 a 18 anos, de colégios públicos de Ceilândia, Samambaia e Taguatinga.
No processo, haverá três oficinas de introdução ao grafite, com 20 horas de duração cada. A proposta é estimular a iniciação de jovens mulheres na arte urbana e proporcionar o primeiro passo para a construção da trajetória profissional artística delas.