Dois artistas negros ganham exposições individuais na Caixa Cultural
“Rubem Valentim – Construção e Fé” entra em cartaz nesta quarta-feira (15/3), enquanto “Diáspora”, de Josafá Neves, começa no dia 22/3
atualizado
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A arte negra está em alta na Caixa Cultural. A instituição confirmou, para março, a abertura de duas exposições com obras feitas por artistas negros. Nesta quarta-feira (15/3), entra em cartaz “Rubem Valentim – Construção e Fé”. No dia 22/3, será aberta ao público “Diáspora”, de Josafá Neves.
Na exposição do pintor e escultor baiano Rubem Valentim, o público terá acesso a 60 trabalhos que mapeiam a trajetória do artista. Ele chegou a lecionar na Universidade de Brasília (UnB) nos anos 1960 e algumas de suas obras produzidas nesse período serão apresentadas na mostra.Conhecido como um dos principais nomes do construtivismo brasileiro, Valentim buscou na ancestralidade africana e na cultura popular afro-brasileira as características que norteariam seu trabalho até o fim da vida. A mostra reuniu peças de coleções públicas, particulares e de herdeiros do artista.
Consciência de negritude
A exposição “Diáspora”, do brasiliense Josafá Neves, traz os retratos que o artista fez de grandes personalidades da cultura brasileira. Uma peculiaridade nesses trabalhos é a presença de símbolos comuns às religiões de matriz africana.
Na mostra, prevista para entrar em cartaz em 22/3, “diáspora” diz respeito ao rico patrimônio construído por descendentes de africanos no Brasil. São reunidas esculturas, pinturas e gravuras que o artista, nascido no Gama, produziu ao longo de quatro anos.
A exposição, mais do que nos acusa, ela nos instiga, provoca para uma consciência além da negritude, que nos felizmente tinge do melhor o sangue de nossos corpos mestiços e nos faz além de plurais, originais e singulares aos olhos do mundo.
Bené Fonteles, curador da mostra
Técnicas diversas
Autodidata, Josafá Neves percorre diversas técnicas, indo da escultura à gravura, da colagem à pintura em óleo sobre tela. Criados como gravura em ponta seca estão duas figuras históricas: o ator Grande Otelo e o escritor Luiz Gama.
Há ainda um grande painel afroindígena, resultado das oficinas que Neves realiza com crianças e professores da educação básica de escolas públicas do Distrito Federal e com estudantes da Universidade Católica de Brasília. Nesse trabalho, o artista trabalha a valorização da história afrodescendente.
“Rubem Valentim – Construção e Fé”
De quarta (15/3) até 28 de maio, na Galeria Vitrine da Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, quadra 4, lotes 3,4). Visitação de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada franca. Classificação livre.
“Diáspora”
De quarta (22/3) até 14 de maio, na Galeria Principal da Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, quadra 4, lotes 3,4). Visitação de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada franca. Classificação livre.