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CCBB faz retrospectiva de Cícero Dias, pintor idolatrado por Picasso

O artista pernambucano viveu em Paris, na França, maior parte da vida e foi um dos primeiros abstracionistas da América Latina

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Gilberto Evangelhista
Cícero Dias CCBB Brasília
1 de 1 Cícero Dias CCBB Brasília - Foto: Gilberto Evangelhista

0Quem visitar a exposição “Cícero Dias — Um Percurso Poético”, que abre nesta quarta-feira (8/2) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), terá uma grata surpresa. Além do vasto acervo artístico, o pintor pernambucano tem uma biografia repleta de aventuras e de pessoas conhecidas no meio artístico.

Com curadoria de Denise Mattar (foto no alto), a mostra faz retrospectiva da obra e da vida do pintor. Em duas galerias estão expostos 125 quadros e desenhos provenientes de 10 instituições culturais brasileiras, cobrindo todos os períodos criativos do artista. Vídeos, fotos e documentos narram os momentos mais importantes do pernambucano.

Da Zona da Mata a Paris
Nascido em 1907, em Escada, a 63km de Recife, Dias passou a infância em um engenho na Zona da Mata. Mais tarde, fez Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro (no mesmo período que o pintor paulista Candido Portinari), criou projetos cenográficos com o musicista Heitor Villa-Lobos e virou amigo do urbanista Lucio Costa.

Divulgação
Cícero Dias em seu estúdio na França.

Ao chegar em Paris, na década de 1930, dividiu ateliê com o carioca Emiliano Di Cavalcanti. Na capital parisiense, tornou-se um dos artistas mais queridos do pintor cubista Pablo Picasso (amizade que foi tema de documentário de Vladimir Carvalho) e conheceu Raymonde, que se tornou sua esposa.

Durante a 2ª Guerra Mundial, foi preso em Baden-Baden, Alemanha, por seis meses e teve que se mudar para Lisboa, Portugal. Na fuga, levou o poema “Liberté”, de Paul Éluard, costurado no terno.

Já seguro, tratou de divulgar os versos do poeta francês, que se tornaram símbolo de resistência contra o nazismo. Com o fim da guerra, voltou a morar em Paris, onde viveu até morrer, em 2003, aos 95 anos.

Criação artística
Se a história de vida é surpreendente, o acervo artístico do pintor não fica atrás. Antes mesmo de Portinari começar a se rebelar contra os preceitos da academia, Cícero Dias já fazia suas obras de modo a causar frisson na intelectualidade do Brasil. Sempre em busca da “cor brasileira”, acabou produzindo peças únicas

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É impossível encaixá-lo em um estilo artístico específico. Pode-se dizer que foi influenciado pelo surrealismo e pelo cubismo, mas o que ele produziu, de fato, não pode ser encaixado nesses padrões

Denise Mattar, curadora da mostra

Cicero Dias também foi o primeiro artista da América Latina a produzir quadros geométricos abstratos. Alguns, nunca expostos ao público antes, se encontram nesta exposição. É possível perceber que, ao invés do uso de cores “puras” (o comum na Europa), ele usa tons pastéis que lembram a natureza brasileira.

Cícero Dias — Um Percurso Poético”
De 8/2 (quarta) a 3/4. Quarta a segunda, das 9h às 21h. No Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Lote 22, 3108-7600). Entrada franca. Classificação indicativa livre.

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