Casa da Cultura da América Latina recebe o colombiano Gonzalo Fonseca Torres
O espaço do Setor Comercial Sul ainda traz mostras fotográficas da paulistana Mariana Raphael e das brasilienses Lara Ovídio e Ludmilla Alves — todas em cartaz até 13 de janeiro
atualizado
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Abrigo frequente para jovens artistas brasilienses e brasileiros, a Casa da Cultura da América Latina apresenta atualmente uma exposição do pintor colombiano Gonzalo Fonseca Torres. Depois de rodar por capitais brasileiras e latino-americanas, a mostra “Fragilidades Contemporâneas” segue em cartaz por aqui até 13 de janeiro de 2016.
Sob curadoria de Loly Demercian, professora de arte e doutoranda da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a obra de Gonzalo Fonseca Torres, colombiano radicado em Santos (SP), é apresentada num paralelo com seu consagrado conterrâneo Alejandro Obregón Rosés (1920-1992).
Essa aproximação é feita pela própria Loly em seu texto de apresentação da mostra de Torres. Talvez porque Obregón seja o nome das artes visuais colombianas mais conhecido entre os brasileiros. (Vale notar que ele mereceu retrospectiva de fôlego no Museu Nacional Honestino Guimarães há um par de anos…)
“Expressionismo figurativo”
As influências de Obregón sobre Torres, de fato, são mui nítidas e têm a ver com o chamado “expressionismo figurativo” (na falta de termo mais apropriado). Embora o jovem pintor busque, ao menos nas duas dezenas de telas aqui apresentadas, temas mais íntimos e intimistas para poder lançar mão de suas pinceladas furiosas, numa gesticulação febril. Caso do retrato da série “Al Intemperie” (2013) que ilustra o alto desta página.
Enquanto a Obregón interessava a natureza e as cores de sua terra em trabalhos de aspirações épicas, Torres aqui funciona em pequenos exercícios de câmara. Ele traz retratos de pessoas solitárias e aparentemente desamparadas em espaços públicos, mas não se interessa nem um pouco por contextos e ambientações, apenas apresenta faces e figuras transtornadas. Daí o uso do termo “fragilidade” no nome desta exposição, que não deve ser confundido com fraqueza, não.
“Lonjuras”, de Lara Ovídio e Ludmilla Alves *Divulgação*
Cenas realistas, cenas subjetivas
A visitação da Casa da Cultura da América Latina passa ainda por duas mostras fotográficas, que igualmente seguem em cartaz até 13 de janeiro de 2016. Enquanto Gonzalo Fonseca Torres se espalha pelo segundo andar, na Galeria Acervo, o subsolo do prédio do Setor Comercial Sul recebe uma mostra fotográfica de caráter quase jornalístico.
“Por Fora, Por Dentro” traz flagrantes da vida cotidiana em Havana conforme registrados pela paulistana Mariana Raphael, sob curadoria de Samantha Dias. Vale para quem busca mais referências sobre Cuba no já rico imaginário brasileiro-caribenho.
Na Galeria de Bolso, uma outra mostra fotográfica tem aspecto oposto. A instalação “Lonjuras” se revela ali na forma de um políptico fotográfico, assinado pelas brasilienses Lara Ovídio e Ludmilla Alves. No trabalho delas, a linguagem fotográfica funciona para ampliar a perspectiva sobre rastros de terra, num gesto ao mesmo tempo visual e tátil.
Até 13 de janeiro, na Casa da Cultura da América Latina (Setor Comercial Sul, Quadra 4, Edifício Anápolis; 3321-5811). Diariamente, das 9h às 19h. Entrada franca. Livre.
