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Artistas brasileiros fazem homenagem a Basquiat em exposição no CCBB

Entre o grupo de grafiteiros escolhidos pela organização da mostra, está o brasiliense Adriano Cinelli, conhecido como ONIO

atualizado

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1 de 1 capa2 - Foto: CCBB/Divulgação

Durante a explosão do grafite, na Nova York dos anos 1980, Jean-Michel Basquiat começou sua breve carreira. No fim da adolescência, o garoto pichava muros na metrópole com poesias e intervenções. A fase durou apenas um ano, mas a vivência da rua com a tinta o marcou para sempre: o artista usou essas técnicas e estética em várias de suas obras.

Diante da importância da arte de rua para o pintor homenageado, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) convidou grafiteiros brasileiros para contribuírem com a exposição dedicada ao norte-americana – em cartaz na capital até 1º de julho. O brasiliense ONIO, que teve sua obra revelada apenas na capital federal, foi um dos selecionados para homenagear Basquiat. As peças criadas para a exposição estão no pavilhão externo do CCBB, na parte interativa da mostra.

“Fiz de um dia para o outro, comecei em uma segunda à tarde e finalizei na terça cedinho. Tentei realizar uma releitura de um quadro do Basquiat, daqueles crânios que ele fazia. Daí fui entrando na onda, procurei uma paleta de cores parecida, usei colagem, palavras. Procurei deixar o mais carregado e sujo possível. É um remix”, brinca o autor da obra Estado Alterado, que no RG responde por Adriano Cinelli. Nascido na Octogonal, o artista mora em São Paulo há oito anos.

Basquiat influenciou de outras maneiras os grafiteiros convidados. No caso da tela da paulistana Mag Magrela, os tons ocres de várias obras do americano foram fonte de inspiração. “Pensei que não adiantava simplesmente ir lá e fazer o de sempre. O convite foi para desconstruir o meu trabalho. Fiz uma personagem bem característica, com os meus traços, e em volta reuni símbolos da obra do Basquiat”, comenta.

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A Rainha da Revolução, de Mag Magrela, concentra uma personagem típica da artista, rodeada de referências à obra do pintor americano
O grafiteiro Alex Hornest transformou sua mais tradicional ilustração em Basquiat, com o cabelo espetado que o pintor usou durante a carreira
Samo, de Finok: o artista fez um desenho diferente da estética de seus grafites, mas não dispensou a paleta de cores
A geladeira é uma obra chamada Libertação, do grafiteiro Ise
Sem Título, de Nunca: a tradicional coroa dos grafiteiros que Basquiat usou em várias pinturas
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Estado Alterado, de ONIO: tela do artista brasiliense tem muita informação, com colagens e um estudo do crânio humano, temas que fascinavam Basquiat

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A Rainha da Revolução, de Mag Magrela, concentra uma personagem típica da artista, rodeada de referências à obra do pintor americano

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O grafiteiro Alex Hornest transformou sua mais tradicional ilustração em Basquiat, com o cabelo espetado que o pintor usou durante a carreira

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Samo, de Finok: o artista fez um desenho diferente da estética de seus grafites, mas não dispensou a paleta de cores

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A geladeira é uma obra chamada Libertação, do grafiteiro Ise

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Sem Título, de Nunca: a tradicional coroa dos grafiteiros que Basquiat usou em várias pinturas

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Sem Título, de Fefe Talavera, tem suporte incomum, colagens e palavras: elementos que o pintor usava

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A tela Indo, de Aoseualcance

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Sem Título, de Rodrigo Branco: um retrato do artista homenageado

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88, de Rimon Guimarães

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Beyoncé and Jay, de Saci Pedro

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Para Alex Hornest, artista convidado da mostra, o processo de criação do pintor americano, veloz e impulsivo, tem muito a ver com o clima do grafite.

Quando eu saio para grafitar, eu não faço mil esboços, não vou com ideia prévia. Saio com a tinta e vejo o que acontece. O Basquiat teve o momento dele na rua, falava do cotidiano, do dia a dia, coisas que ele vivenciava e passava para uma tela. Esse dinamismo da rua inspira

Alex Hornest

A obra de Alex para a exposição é uma homenagem mais literal a Basquiat: o personagem negro do grafiteiro ganha um penteado espetado, como o que o artista usou durante os anos 1980.

Uma constante entre os artistas é a compreensão de que o processo criativo de Basquiat era muito parecido com o praticado por eles hoje. “Tenho umas telas que lembram muito como o americano fazia as coisas. Ele também tinha essa pegada política muito legal em algumas telas, com palavras escritas. O cara conversava muito com as pessoas”, lembra Mag.

Jean-Michel Basquiat – Obras da Coleção Mugrabi
Até 1º de julho, no Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Trecho 2, Lote 22). Visitas de terça a domingo, das 9h às 21h. Ingressos gratuitos devem ser resgatados na bilheteria ou no aplicativo do CCBB. Entrada franca. Classificação indicativa livre

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