Artista de Brasília instala duas imensas bigornas no Museu Nacional
As intervenções fazem parte da exposição “Miguel Simão e dr. simoncoast – Aquários, Escafandros e outros Dispositivos de Imersão”
atualizado
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Quem passar pelo Complexo Cultural da República perceberá que há algo estranho no local. O espelho d’água e a entrada do Museu Nacional Honestino Guimarães servem de apoio a duas bigornas vermelhas e gigantes. As intervenções fazem parte da exposição “Miguel Simão e dr. simoncoast — Aquários, Escafandros e outros Dispositivos de Imersão”, aberta ao público nessa quarta-feira (22/3).
As bigornas representam as torres-totens que compõem a exposição. Todas as obras se relacionam com algum limite concreto de contenção, por isso, são imersas nessas fronteiras aquosas, como os espelhos d’água, ou atmosféricas.
Dr. simoncoast é o duplo de Miguel Simão. “É ele quem faz intervenções e tem uma pegada supostamente internacional. Ele vai estar presente em algumas obras e na parte textual”. Como surgiu o personagem? “Foi no Facebook, comecei fazendo crítica de arte e depois descobri que não tem espaço para a crítica, ela se tornou uma atividade globalmente acrítica. O doutor me deixou respirar, mesmo que com ajuda de aparelhos”, filosofa o professor.
Para o curador Rogério Carvalho, a exposição investe em uma verdadeira imersão no trabalho do artista. “A mostra evoca o universo de uma persona diversa, que flerta com o sonho, o fetiche, o palpável e o invisível”, explica.
A exposição celebra os 25 anos de carreira do escultor e pintor Miguel Simão. O trabalho do professor do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB) une o popular à modernidade, criando ilusões nos próprios objetos – muitas vezes de apelo sexual.
Miguel Simão e dr. simoncoast – Aquários, Escafandros e outros Dispositivos de Imersão
Até 30 de abril. De terça a domingo, das 9h às 18h30, no Museu Nacional Honestino Guimarães (Setor Cultural Sul). Entrada franca. Classificação indicativa: livre