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Arte submersa: 50 museus foram danificados em enchentes no RS

Enchente história no Rio Grande do Sul afetou diversos museus da capital Porto Alegre e comprometeu parte do acervo deles

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Margs RS completamente alagado - Metrópoles
1 de 1 Margs RS completamente alagado - Metrópoles - Foto: Reprodução

As enchentes que arrasaram cidades inteiras no Rio Grande do Sul desde o final de abril levaram consigo vidas, bens materiais e, de certa forma, parte da cultura gaúcha. Na capital Porto Alegre, os danos sobre as obras de arte e os equipamentos culturais ainda estão em análise, embora um levantamento preliminar das autoridades aponte que a maior parte do acervo tenha ficado a salvo da água.

O mapeamento inicial sobre os equipamentos culturais impactados pelo desastre meteorológico, realizado pelo Sistema Estadual de Museus (SEM/RS), aponta que pelo menos 50 museus podem ter sido afetados. Até o momento, foram confirmadas inundações em 19 instituições, além de nove museus com transbordamento de calhas e goteiras.

Logo no começo das inundações, instituições que ficam no Centro Histórico da cidade adotaram procedimentos para proteção do patrimônio. O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), por exemplo, movimentou as obras para andares superiores e vedou as aberturas do prédio e da reserva técnica.

Com uma coleção que reúne cerca de 5,7 mil obras de arte, desde a primeira metade do século 19 até os dias atuais, o Margs comemorava 70 anos de existência, expondo suas obras mais importantes. Tudo foi levado aos andares de cima ainda na primeira semana de maio.

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Em meio à instabilidade do nível do Rio Guaíba, a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) identificou que algumas criações em papel – entre elas gravuras, fotografias e desenhos – foram afetadas pela enchente. “O diagnóstico preciso das perdas será realizado posteriormente”, informou a secretaria de Cultura do estado por meio de nota.  Os autores que tiveram obras atingidas não foram divulgados.

Para além do Margs, o evento climático impactou diretamente outras quatro instituições vinculadas à Sedac: a Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom), o Memorial do Rio Grande do Sul – localizados na região central de Porto Alegre –, e o Museu Estadual do Carvão, em Arroio dos Ratos.

A Secretaria garante que maior parte dos acervos das instituições localizados no centro de POA foi preservada. O local mais impactado teria sido o Museu Estadual do Carvão, que tem como missão preservar o patrimônio histórico-cultural da mineração do carvão no Rio Grande do Sul.  O acervo de documentos do espaço foi molhado e precisou ser armazenado no congelador de um frigorífico em São Jerônimo, até que as autoridades tracem um plano de recuperação.

Museus atingidos

Na CCMQ, os principais danos na estrutura ocorreu nas salas da Cinemateca Paulo Amorim, em poltronas e carpetes, além de aparelhos de ar-condicionado, que ficaram imersos em pelo menos meio metro de água. Todas as salas – Paulo Amorim, Eduardo Hirtz e Norberto Lubisco – foram afetadas.

Apesar do serviço de limpeza do local ter iniciado na última terça-feira (21/5), o balanço sobre as perdas de mobiliário e demais necessidades para a recuperação do espaço ainda está em avaliação. Os sistemas de projeção e sonorização não foram afetados, pois ficam em cabines localizadas no segundo andar do prédio.

No Margs, no Museu Estadual do Carvão e no Memorial do RS, a dimensão exata dos danos ao prédio ainda não foi mensurada.

O Museu da Comunicação Hipólito José da Costa teve o andar térreo arrasado. Segundo a Sedac, “o plano de ocupação da instituição já era manejado de forma que as áreas técnicas, de acervo e de exposição estivessem situadas nos pavimentos superiores da instituição”. Sendo assim, os acervos não foram atingidos pela inundação. A avaliação de danos à edificação pela entrada de água nos pavimentos inferiores também não pôde ser realizada até o momento.

Força-tarefa de preservação

Além das instituições vinculadas à Sedac, vários espaços culturais públicos e privados sofreram danos em Porto Alegre e no interior do Estado. A Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) está auxiliando no resgate e na recuperação de acervos dessas instituições. Entre as ações da pasta estão o mapeamento desses acervos, o cadastro de voluntários, orientações técnicas aos profissionais que trabalham nos equipamentos culturais e a articulação de parcerias públicas e privadas.

Profissionais especializados de todas as áreas estão trabalhando em forças-tarefa para reerguer não só os equipamentos culturais da Secretaria, mas também os espaços de todos os municípios gaúchos que passam pela situação de calamidade.

Instituições que não são vinculadas à Sedac, como o Museu e Arquivo Histórico de Montenegro, Museu e Biblioteca de Igrejinha, Museu Visconde de São Leopoldo, Museu de Lajeado, Instituto Pão dos Pobres (coleção documental e fotográfica) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), já receberam as equipes do estado.

“A Sedac também criou um cadastro de voluntários que já conta com 484 pessoas inscritas. Desse total, 313 são técnicos e especialistas na área de patrimônio, como conservadores, museólogos, restauradores e arquitetos. Pelo formulário, 24 instituições governamentais de vários estados se dispuseram a ajudar. Além disso, a pasta está em contato permanente com organizações nacionais e internacionais, que estão oferecendo apoio para que o Rio Grande do Sul possa superar essa crise”, informou a Secretaria de Cultura por meio de nota.

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