“100 Anos de Athos Bulcão”: exposição mergulha no universo do artista
Em comemoração à trajetória do realizador, mostra reúne mais de 300 obras, incluindo material inédito que vai muito além de azulejos
atualizado
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O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) preparou uma grande exposição em comemoração ao centenário de Athos Bulcão, com abertura nesta terça-feira (16/1). Organizada pelos curadores Marília Panitz e André Severo, “100 Anos de Athos Bulcão” representa uma verdadeira imersão no universo criativo do artista e reúne alguns trabalhos pouco conhecidos pelo público. O Metrópoles visitou a mostra e antecipa detalhes.
A exposição oferece um profundo mapeamento e mergulho na diversidade dos trabalhos e das técnicas do artista, além da possibilidade de conhecer seu processo criativo. Com exibição de peças inéditas, “100 Anos” reúne mais de 300 trabalhos do realizador carioca, cobrindo todo o trabalho produzido entre os anos 1940 e 2005 e contextualizando sua obra e seu pensamento. Grande parte vem do acervo da Fundação Athos Bulcão.“A série dos carnavais e sua relação com a pintura sacra é extraordinária”, afirma Marília Panitz, destacando que Athos Bulcão utilizou a mesma estrutura composicional em trabalhos sacros e profanos. A curadora cita como exemplo “A Vida de Nossa Senhora”, que está na Catedral de Brasília.
Uma parte que chamou atenção na visita guiada foi o núcleo “É Tudo Falso”. Nele, o artista é visto segurando uma máscara que reproduz outra, ancestral. As peças são feitas de durepox. O título exibe uma fala de Athos Bulcão questionando a ideia de originalidade e, portanto, a de falsificação.
A mostra contém ainda croquis que Athos Bulcão fez para o grupo de teatro O Tablado, do Rio de Janeiro, figurinos das óperas “Amahl” e “Os Visitantes da Noite”, de Gian Carlo Menotti, paramentos litúrgicos modernistas, grande parte de seu trabalho gráfico e até os lenços que desenhou quando estava em Paris.
Além disso, no anexo do jardim, serão apresentados trabalhos de artistas influenciados diretamente por Athos. Essa parte da exposição reúne também títulos de realizadores jovens, vários deles nascidos em Brasília, que reconhecem o impacto do mestre por meio do convívio cotidiano com suas obras públicas.