Exposed da Anitta e namoro fake: tretas viram marketing das celebridades
Anitta, Ludmilla e Luísa Sonza aproveitaram das polêmicas para lançar novos trabalhos, conquistando resultados negativos e positivos
atualizado
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Exposed, namoro falso, divulgação de conversas íntimas e muita treta. Os últimos dias foram intensos no universo pop, com celebridades da música em evidência nas redes sociais e nos sites de fofoca. O relacionamento fake de Luísa Sonza e Vitão logo após o fim do casamento da cantora com Whindersson Nunes, o suposto exposed de Anitta e a troca de farpas entre a voz de Show das Poderosas e a cantora Ludmilla serviram para que o trio liderasse o ranking de assuntos mais comentados na web. Seja de forma negativa ou positiva, as tais brigas e pequenas mentirinhas impulsionaram lançamentos e músicas antigas.
Whindersson Nunes e Luísa Sonza anunciaram o fim do casamento em 29 de abril. No último dia 6, a coluna Léo Dias divulgou uma foto onde a cantora surgia ao lado de Vitão. Na ocasião, ela comentou que o encontro com o cantor seria profissional. Os dois, porém, começaram a aparecer juntos constantemente nas redes sociais, usando sempre emojis de flores. No Dia dos Namorados, enquanto todos esperavam por uma revelação do novo casal, eles surgiram com o lançamento do clipe da música Flores.
Já quando o assunto é Anitta e Ludmilla, todo mundo já sabe que a briga entre as duas é antiga por conta da música Onda Diferente. O fato é que a mesma treta voltou à tona na última semana após Anitta citar Lud em seu programa, Anitta Dentro da Casinha, e ser bombardeada com a divulgação de áudios e conversas dela com ex-colega. Em todo o momento do exposed da conversa, a voz de Verdinha usa um emoji de cobra para se referir à rival… adivinhem? Em meio à polêmica, ela anunciou a música Cobra Venenosa.
Aproveitando o embalo dos chamados exposed nas redes sociais, que serviram para denunciar abusos sexuais, assédios e mais, inclusive entre famosos, como PC Siqueira e Japinha, da CPM 22, um perfil no Twitter disse que faria uma exposição de Anitta, divulgando, segundo eles, “o maior escândalo que esse site já viu”. Claro que todos esperaram ansiosamente pelo momento, que não passou de uma jogada para divulgar a música Veneno, gravada pela cantora em 2018.
Até mesmo o trio “namastê” formado pela dupla Anavitória e o cantor Tiago Iorc armaram um barraco público, em meio a uma disputa pela faixa Trevo.
Ao que tudo indica, as tretas entre os famosos viraram uma verdadeira jogada de marketing para obter mais acesso aos seus trabalhos. Em meio à pandemia do coronavírus, onde o mundo se encontra absorto no digital, os números provam que a estratégia deu certo: a música Veneno, tal qual o perfil no Twitter queria divulgar, está em primeiro lugar no iTunes Brasil. Já Flores, de Sonza e Vitão, é a primeira nas canções mais ouvidas do Brasil no Deezer e está no Top 50 do Spotify.
“A intenção principal é ficar em alta, ser mostrado novamente, ganhar atenção do público em um determinado momento. Na pandemia, estamos voltados para o digital, que é o principal meio de comunicação. E aí tudo é muito rápido, se altera quem está em alta de um dia para o outro, é muito fácil criar algo para voltar a ficar em alta e, no topo, lançar um produto. É uma estratégia de marketing até louvável, faz acontecer, faz as pessoas ouvirem a música”, considerou o professor do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário IESB André Imbroisi.
“O comportamento humano gera interesse na vida dos famosos, os brasileiros adoram fofoca por conta de projetar muito e as celebridades abrirem sua vida social para os fãs. Tudo que está ligado a movimentar a rede, principalmente no momento de pandemia, onde tem monotonia maior das pessoas, não tem outras fontes de entretenimento”, explicou Willian Rocha, professor de redes sociais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Rio e Diretor de Conexões da Agência3.
Lado negativo
Mesmo que a música de Sonza fale sobre flores, sabemos que nem sempre a vida é um mar de rosas. E é exatamente neste ponto que a fofoca criada pelos cantores como estratégia de marketing sai pela culatra: o clipe coleciona mais de 30 milhões de visualizações, com 3,9 milhões de “deslikes” no YouTube, enquanto apenas 1,6 milhão gostaram.
“Dependendo da forma que constrói a fofoca pode ser ruim para o que você está buscando, porque não tem como controlar a reação das pessoas, construir [uma fofoca] vai de encontro a sua reputação. Por isso, se você quer continuar com bem na fita, quanto mais distante estiver de boatos, mais confiável você se torna”, explicou William Rocha.
Já o professor André Imbroisi comentou que o problema dos boatos é a questão do descrédito e frisou que a tática, mesmo atraindo views, deve ser usada com moderação: “Se vários famosos fizerem isso, as pessoas desacreditam. Logo vai acontecer do público se cansar e não dar atenção”.
“Quando cai no descredito já era. Fazer isso de forma costumais não é comum e é uma estratégia que pode acabar dando errado. O grande lance deste momento é o uso do negativo para isso, as pessoas sempre querem saber dos podres [dos artistas], é uma tática de marketing louvável, mas deve morrer rapidamente”, sentenciou Imbroisi.