Escola no Rio envia carta a pais com alerta sobre a série Round 6
Escola Aladdin expõe preocupação ao ressaltar que o conteúdo da série tem “violência explícita, tortura psicológica e suicídio”
atualizado
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A direção da Escola Aladdin, no Pechincha, zona oeste do Rio de Janeiro, enviou a pais e responsáveis uma carta sobre preocupações a respeito da série coreana Round 6, da Netflix. O conteúdo viralizou em grupos de WhatsApp nesta quarta-feira (6/10).
No documento, os profissionais demonstram preocupação com o fato de alunos do Ensino Fundamental assistirem à produção, alguns inclusive com os pais. A carta cita que a série, com nove episódios, contém “violência explícita, tortura psicológica, suicídio, tráfico de órgãos, cenas de sexo, pederastia e palavras de baixo calão”.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, a direção do colégio soube da série por meio de crianças de 7 e 8 anos, que têm comentado sobre o assunto nos horários livres e feito brincadeiras que, na série, relacionam-se com o assassinato de personagens.
“Estranhamos muito isso, porque a série traz um teor inapropriado para a idade dos alunos. Sentimos necessidade de emitir esse alerta aos responsáveis. Muitos pais nos agradeceram, e o que está nos surpreendendo é que isso repercute além da comunidade escolar. Alcançou uma proporção maior e abriu um debate”, disse Fabiana Barreto, coordenadora pedagógica do Jardim-Escola Aladdin, à reportagem.
Round 6 tem classificação indicativa de 16 anos, e o questionamento da Escola Aladdin mobilizou especialistas em saúde, como a presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, Katia Telles Nogueira. Ela afirma que é necessário uma espécie de controle por parte dos pais.
“Proibir pura e simplesmente um adolescente de ver ‘Round 6’ é algo mais complexo. Os pais devem estar juntos dos filhos, gerenciando os horários a que eles têm acesso ao computador e ao streaming e propondo que a família assista à série junto. As crianças gostam dessa onda de K-pop. Elas ouvem as músicas e, muitas vezes, são atraídas para esse tipo de ação coreana. O que mais aconselho é a conversa entre pais e filhos. E se é para brincar, que seja fora da tela. Temos que tirar as crianças da tela. Este é nosso lema: menos tela, mais ação”, afirmou Katia.
Leia a íntegra da carta da direção da Escola Aladdin:
“CARTA ABERTA AOS PAIS E RESPONSÁVEIS
Prezados,
A parceria entre escola, família e sociedade é fundamental para o sucesso da Educação. Sendo assim, nosso objetivo com esta carta é alertar aos responsáveis sobre algo que temos escutado durantes os dias com nossos alunos e tem nos chamado atenção.
No dia 17 de setembro de 2021, foi lançada na NETFLIX a série ‘ROUND 6’. A série coreana, com classificação etária de 16 anos, está batendo os ‘records’ de audiência, inclusive nas redes sociais como: Facebook, Instagram e Tik Tok.
O conteúdo da série que contém: violência explícita, tortura psicológica, suicídio, tráfico de órgãos, cenas de sexo, pederastia, palavras de baixo calão entre outras coisas tem sido assunto entre nossos alunos durante o recreio e horários livres.
A série, utiliza-se de brincadeiras simples de criança como: ‘Batatinha frita 1,2,3’, ‘Cabo de guerra’, ‘Bolas de gude’ e outras, para assassinar a ‘sangue frio’ as pessoas que não atingem o objetivo final. O que nos causa preocupação é a facilidade com que as crianças acessam esse material.
Lembramos, apenas para informação, que canais de Streaming como a NETFLIX e outros possuem a ‘Restrição de visualização por classificação etária’, uma ferramenta preciosa para que nossas crianças acessem somente o conteúdo apropriado à sua idade.
Sabemos que é responsabilidade da família decidir o que é melhor para suas crianças, mas enquanto educadores temos o dever de alertar e honrar o compromisso com a Educação. Certos de sua compreensão, nos colocamos a disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário.
Atenciosamente, Direção”