Escândalo de prostituição, corrupção e suicídio invade o k-pop
Entenda os personagens e as histórias que implodiram a indústria de entretenimento sul-coreana
atualizado
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Um dos maiores escândalos da indústria de entretenimento coreano dos últimos anos começou com um vídeo. No dia 24 de novembro, uma mulher estava sendo assediada dentro da boate Burning Sun, em Gangnam, quando um homem – “Sr. Kim” – pediu ajuda ao segurança do local. No entanto, ele acabou sendo espancado na rua pelos “ajudantes”.
No dia 2 de fevereiro, o cantor de K-Pop, Seungri – cujo nome era conectado à boate – pediu desculpas e afirmou não ter conhecimento do incidente. Alguns dias depois, capturas de tela de uma conversa no aplicativo de mensagem KakaoTalk foram divulgadas por um funcionário que estava consertando o celular.
Nelas, é possível ver que Seungri, assim como alguns outros integrantes do grupo, discutia a contratação de prostitutas para executivos interessados em investir na Yuri Holdings, companhia administrada por ele e In-Seok “David” Yoo. Após as investigações começarem, três histórias principais foram reveladas.
Burning Sun/Yuri Holdings
Desde a divulgação inicial do escândalo da balada Burning Sun, diversas outras celebridades e figuras influentes da indústria de entretenimento coreana foram envolvidas. A polícia confirmou oito membros do famigerado grupo de KakaoTalk responsável pelas provas: os cantores Seungri (ex-BIGBANG), Jong-Hoon Choi (ex-FTISLAND), In-Seok Yoo (conhecido como David Yoo, CEO da Yuri Holdings), “Sr. Kim” (ex-empregado da Burning Sun), Hyuk-Jin Kwon (irmão de Yuri, integrante do grupo Girls Generation/SNSD), Joon-Young Jong (cantor) e um ex-funcionário da YG Entertainment (ex-agência de Seungri).
Seungri, ex-integrante do grupo BIGBANG, foi detido e interrogado pela polícia por 16 horas. Ele entregou o celular para as autoridades e, apesar de já ter sido formalmente acusado de administrar uma rede de prostituição – entre outras atividades relacionadas ao crime –, seu advogado afirma que o astro de K-Pop foi enganado pelo “Sr. Kim”.
Joon-Young Jong foi detido e entrevistado pela polícia por 21 horas, para quem entregou três celulares e admitiu o errou. Ele havia enviado vídeos íntimos que gravou enquanto fazia sexo com garotas, às vezes desmaiadas, aos amigos do grupo. Além disso, ele confessou o envolvimento com prostituição em Berlim, durante uma viagem.
A polícia também conduziu um mandado de busca e apreensão em sua casa. Ele ainda completou uma segunda rodada de interrogatórios no domingo passado (17/3). Para as autoridades, Jong é suspeito de receber prostitutas como “presentes” de David Yoo (Yuri Holdings) e usar suas conexões para destruir provas de um caso contra sua ex-namorada em 2016.
Jong-Hoon Choi foi acusado de compartilhar fotos e vídeos ilegais. Ele também foi investigado por encobrir as notícias de um incidente, no qual dirigia sob efeito de álcool.
David Yoo, ou In-Seok Yoo, alegadamente pediu a um superintendente da polícia para “ajudar” Jong-Hoon a abafar o caso. Ele se demitiu da Yuri Holdings e já foi interrogado pela polícia. Atualmente, é suspeito de solicitar prostitutas com Seungri.
Os outros envolvidos, “Sr. Kim” e Hyuk-Jin Kwon, não tiveram muitas informações divulgadas pela polícia. Por não serem celebridades, as autoridades coreanas buscam proteger o anonimato dos dois.
Além disso, Jong-Hyun Lee, guitarrista e vocalista da banda CNBLUE, também estava no grupo de conversas. O cantor apenas afirmou que merece críticas por assistir e incitar diálogos inapropriados.
Outra notícia importante é a investigação do suposto suicídio da atriz Ja-Yeon Jang, há 10 anos. O inquérito foi reaberto por conta da pressão de grupos coreanos de defesa à mulher.