metropoles.com

Drags no Distrito Federal: pesquisa mostra quem se dedica à arte

Mapeamento feito pelo Distrito Drag e Instituto LGBT+ mostra a realidade enfrentada por artistas drag queens e drag kings

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Victor Diniz/Divulgação
Artistas drags do DF durante o festival Pserformática Drag
1 de 1 Artistas drags do DF durante o festival Pserformática Drag - Foto: Victor Diniz/Divulgação

A caminhada da arte drag no Distrito Federal, bem como em todo Brasil, teve que superar o preconceito e desconfiança da sociedade até ser reconhecida. Iniciando um processo de estabilização nas cidades do Quadradinho, as artistas drag queens e drag kings ainda sofrem com a precarização e o afastamento do centro cultural na capital da República.

Segundo o mapeamento feito pelo Distrito Drag e pelo Instituto LGBT+, a expressão drag no DF é feita por artistas que, em sua maioria, vivem fora do Plano Piloto e de regiões populares da capital. O objetivo é fornecer instrumentos capazes de movimentar a cena LGBTQIA+.

A drag queen Rojava, da diretoria do Distrito Drag, falou sobre a iniciativa. “Essa pesquisa é muito importante para mostrar a força da arte transformista no DF e, a partir disso, construir indicadores para políticas públicas de cultura voltadas para a nossa comunidade”, explica.

4 imagens
A drag queen Raykka Rica
Bopety, uma das artistas que participaram do estudo
Artistas drags do DF durante o festival Pserformática Drag
1 de 4

A drag queen Maria Rojava

Deko Araújo
2 de 4

A drag queen Raykka Rica

Reprodução
3 de 4

Bopety, uma das artistas que participaram do estudo

Victor Diniz/Divulgação
4 de 4

Artistas drags do DF durante o festival Pserformática Drag

Victor Diniz/Divulgação
Luta por reconhecimento

A drag queen Raykka Rica faz parte do coletivo Distrito Drag e performa há mais de cinco anos. Nascida e criada no Distrito Federal, tinha contato com as drags por meio da televisão, acompanhando Vera Verão, mas só entendeu o trabalho como arte depois de mais velha. Agora, busca por condições melhores para artistas, bem como divulgar a importância da expressão artística.

“Queremos mostrar que a arte drag é uma forma de se expressar e também é um ato político. Existem artistas que cantam, outros que dançam, os que fazem maquiagem e também os que não fazem nada. São várias nuances. Estamos ressignificando a arte e divulgando essa cultura para mostrar o quanto ela precisa ser valorizada. Conseguimos mudanças pequenas, que são apenas o começo de um trabalho. Vamos em busca de coisas maiores e melhores para nós”, declara.

Além das questões trabalhistas, a luta é também por mais espaço e menos preconceito. A construção de uma comunidade com necessidade liberdade de expressão, de acolhimento e que tenta superar violências impostas pela sociedade é fator importante para os artistas, como conta a drag queen Bopety.

“Tenho um lado feminino muito forte, muito aflorado, que, durante a minha vida, guardei. Eu tentava me afirmar mais com meu lado masculino e senti a necessidade de ser feminino, porque faz parte de mim. Isso me faz sentir bem e completo”, afirma.

Conheça Ruth Venceremos, a drag que levou a militância LGBT para o MST

Valorização do trabalho

De acordo com o estudo, apenas 10% dos artistas conseguem viver exclusivamente da atuação como drag. O valor médio do cachê por apresentação varia entre R$ 150 e R$ 400, o que dificulta a autonomia de sustento.

Segundo o coordenador do estudo, Rodolfo Godoi, do Instituto LGBT+, a luta por melhores condições de trabalho é essencial. “Estamos falando de uma atividade precarizada, que exige muito tempo gasto para se maquiar, para se montar e que demanda muito investimento porque o custo é alto. Porém os cachês não cobrem esses custos”, avalia Rodolfo.

De acordo com os dados coletados, as profissões desempenhadas por drags como primeira fonte de renda é variada. Professor, assessor parlamentar, advogado, bartender, cabeleireiro, maquiador, designer, estilista, fotógrafo, jornalista, museólogo, pedagogo, produtor cultural, publicitário, radialista e técnico em enfermagem foram algumas das citadas.

A obra Pesquisa de Mapeamento de Artistas Transformistas no Distrito Federal e Entorno conta com fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF. O estudo, que também conta com depoimentos emocionantes das drags, está disponível para download (baixe o conteúdo aqui).

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?