Disney+ aposta em blockbusters e cresce no mercado de streaming brasileiro
Em menos de 3 meses de atuação, o serviço da Disney já tem 6% do mercado, apresentando tendência de crescimento
atualizado
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No Brasil desde 17 de novembro, o Disney+ mostrou, nesses primeiros meses, que chegou para incomodar os players mais consolidados no mercado nacional – leia-se Netflix e Amazon Prime Video. O serviço de streaming da Disney, ainda em período de adaptação em terras tupiniquins, conquistou importante fatia do público em pouco tempo.
Segundo dados da JustWatch, que monitora o interesse da audiência do streaming, mostra que a Disney+ abocanhou 6% do mercado brasileiro. Mesmo muito atrás de Netflix (33%) e Amazon Prime Video (27%), o player da Disney chama atenção pelo crescimento acelerado.
Os dados da JustWatch referem-se ao último trimestre de 2020 (outubro, novembro e dezembro). Neste período, o Disney+ tinha apenas um grande blockbuster: The Mandalorian. O crescimento, provavelmente, aumentará em 2021, com a chegada das séries originais da Marvel.
Atualmente, em termos de produtos originais com grande capacidade de atrair público, o Disney+ tem as duas temporada de The Mandaloria, o filme Soul, o longa O Grande Ivan e a série WandaVision – a maior aposta da Disney para repetir na televisão os bilhões conquistados pelos heróis nos cinemas.
Soul, WandaVision e The Mandalorian estão, de acordo com a plataforma FlixPatrol, entre as produções mais assistidas do Disney+ – mesmo que a liderança seja da série Os Simpsons, fruto da aquisição da Fox.
Para Alexandre Kieling, pesquisador em Inovação em Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília (UCB), os dados mostram que o Disney+ é um player muito relevante no mercado e com tendência de expansão.
“Seguramente é um player forte. Em dezembro, anunciaram que possuem mais de 86 milhões de usuários no mundo num período de operação bem recente e curto (13 meses). Além disso, vão lançar esse ano o Star, outro serviço de OTT (Over The Top) que liga direto o usuário com o produtor de conteúdo, customizando o consumo. O Star+, que vai carregar todo o acervo de conteúdo adulto, inclusive da Fox, na América Latina, será oferecido como uma plataforma independente. O Disney+ seguirá explorando a animação com muitos projetos novos. Não há dúvidas de que essa estratégia é muito competitiva”, explica.
Conteúdo nacional
Apesar do crescimento expressivo no mercado brasileiro, até o momento o serviço de streaming ainda não anunciou produções nacionais – ao contrário do movimento feito por Netflix e Amazon Prime Video.
“Essa tendência [filmes e séries brasileiras] deve continuar e todos que quiserem operar aqui terão que seguir. A produção audiovisual nacional está cada vez qualificada e vem atraindo dia a dia mais atenção internacional”, pondera Alexandre Kieling.
Mesmo assim, o pesquisador analisa que, entre os grandes, o único serviço nacional focado em produção brasileira é o Globoplay. O serviço da Globo, que tem cerca de 8% do mercado, também experimentou crescimento com a união ao Disney+.
“A Globo está puxando uma mudança no sistema de produção nacional, que está sendo seguido pelas demais empresas do setor, que é produção associada com realizadores independentes. Esse movimento aumenta a capacidade de variação, criação e alternativa de financiamento”, conclui Alexandre Kieling.