Designer visual de Samambaia reimagina cartaz do filme Marighella
Diego Justino, artista e designer de Samambaia, em Brasília, reimaginou o cartaz de Marighella, dirigido por Wagner Moura
atualizado
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Diego Justino, designer de Samambaia, em Brasília, reimaginou o cartaz do filme Marighella, dirigido por Wagner Moura e protagonizado por Seu Jorge. Para fazer a arte, o artista utilizou símbolos que remetem à identidade brasileira por meio de uma linguagem imagética de fácil acesso e leitura para a população.
“Eu queria, novamente, representar esta história, a história de milhares dentro do país, a história de mais da metade da população brasileira, a história de luta, dor, apagamento e esquecimento de quem entra nas trincheiras contra as desigualdades que vivemos. E esse também é o papel do cinema, retratar histórias que tem uma interessância para a memória coletiva, especialmente para uma população que foi marginalizada”, explicou.
Para Diego, o cinema nacional não tem apenas a função de reproduzir o cotidiano brasileiro, mas também de atuar como fonte de solidificação do imaginário.”Tem um papel importantíssimo na criação da nossa identidade nacional e nossa cultura, reproduzindo uma diversidade de temas que atravessam a vida da população e que são de suma importância para o desenvolvimento nacional”, contou.
A produção em si, de acordo com Diego Justino, ainda traz representatividade. “Temas estes que muitas vezes são sub-representados pelo estado, como negritude, desigualdades sociais, de gênero, a nossa memória, nossas histórias (de luta e de exploração), a nossa diversidade religiosa e a população periférica, e que, a partir da produção cinematográfica transmitem uma sensação de representatividade e reconhecimento a população sub-representada”, completou.
A oportunidade chegou para Diego por meio da Globo Filme, que completa 25 anos em 2023. Além do brasiliense, outros 24 artistas tiveram a oportunidade de reimaginar algumas obras da produtora. Ele explicou que foi uma “missão árdua e instigante”.
“Ao mesmo tempo que surge um espaço completamente novo para ser o criador dessa outra roupagem que complementa a narrativa do filme, você passa a ter a incumbência de gerar um desejo no espectador em posterior convencimento ao assistir aquela produção”, completou.
O artista ainda explicou como foi o processo de criação. “E quando falamos de criar uma nova arte para um filme brasileiro, especialmente quando falamos de uma história, uma memória nacional, uma recordação, me vem a necessidade do uso de símbolos que remetem a essa identidade brasileira, mas não essa de uma forma nacionalista, mas a do povo, a linguagem imagética de fácil acesso, de fácil leitura da população, o uso de signos que passam significados mais profundos dentro de uma imagem, especialmente quando falamos da verdadeira história do Brasil”, encerrou.