Crítica: atores europeus exalam tesão e egocentrismo em Passagens
Com uma protagonista francesa, um britânico e um alemão no elenco, o diretor Ira Sachs volta a abordar relacionamentos em seu novo filme
atualizado
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Passagens é um filme bem direto, com o núcleo de personagens bem definido e fechado nos protagonistas Ben Whishaw, Franz Rogowski e Adèle Exarchopoulos. Na ordem, um britânico, um alemão e uma francesa. O elenco europeu, inclusive, dá o tom para a utilização de cores mais frias nas cenas da produção.
Com direção de Ira Sachs, o filme estreia nos cinemas nesta quinta-feira (17/8). O cineasta volta a trabalhar com foco nos relacionamentos amorosos, que foram temática em filmes anteriores como O Amor é Estranho e Deixe a Luz Acesa. Especialidade da casa, as interações humanas são muito bem abordadas em Passagens.
No enredo, Tomas (Rogowski) e Martin (Whishaw) são um casal gay que tem o relacionamento abalado quando Tomas se apaixona por Agathe (Exarchopoulos). Os tons dramáticos criados pelo egocentrismo dos três personagens principais geram todas as interações e conflitos do filme.
Pode parecer pouco, mas, junto com os personagens adjacentes que surgem ao longo da história, a produção apresenta reflexões interessantes sobre relacionamentos abusivos, jogos de poder, submissão e vida pessoal e trabalho.
No meio de tudo isso, as cenas de sexo – constantes no filme e na carreira de Adèle Exarchopoulos – esquentam as cenas frias que se apresentam em Passagens. Com atuações sem enfeite, as reproduções sexuais acabam se tornando quebras de cena interessantes para o filme.
Com uma passagem bem direta, o longa-metragem lembra o formato de algumas peças teatrais dramáticas. As 1h32 de duração entregam apenas o necessário, sem delongas, sendo capaz de prender a atenção do público no drama do início ao fim.