Admirado por Tatá Werneck, humorista do meme da Pfizer vira sucesso
Jovem mineiro falou ao Metrópoles sobre a repercussão da sátira e novos projetos em andamento
atualizado
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Há exatamente uma semana, frases como “aqui é ela, a pi-fãizer”, “tá passada?” e “beijinhos científicos” viraram verdadeiros bordões na web. Tudo graças a um vídeo engraçadíssimo postado no Instagram pelo humorista mineiro Esse Menino, que transformou a troca de e-mails entre a Pfizer e o governo federal, revelada pela CPI da Covid, em uma esquete de amor platônico – por parte da farmacêutica. O sucesso foi tão grande que rendeu ao artista pelo menos 14,8 milhões de visualizações até a publicação desta reportagem, além de vários compartilhamentos, figurinhas de WhatsApp e, claro, propostas de trabalho.
Em entrevista ao Metrópoles, o jovem de 25 anos conta que o roteiro foi escrito em menos de 15 minutos. “Eu estava acompanhando a CPI e essa notícia [das tentativas de contato da Pfizer] foi uma das que mais me revoltou, porque a gente poderia estar vivendo uma outra realidade se esses e-mails tivessem sido respondidos. Na minha comédia, sempre tento levar pro lado do absurdo, trazer uma nova visão do que poderia ter acontecido. Aí surgiu a ideia de colocar um cunho romântico, de algo não correspondido. Escrevi super rápido e postei”, contou.
O vídeo, inclusive, quase não foi ao ar. Isso porque Esse Menino ficou em dúvida entre dois roteiros: o da Pfizer e outro sobre publicidade no mês do orgulho LBTQIA+. “Imagina se tivesse sido de outro jeito”, brinca.
Apaixonado por comédia desde a adolescência, Esse Menino prefere ser tratado pelo nome artístico, que é uma homenagem à forma como era tratado pela avó. Ele começou a criar vídeos com a alcunha em 2018, mas nenhum havia feito tanto sucesso. “Eu sou muito ansioso. Então, quando posto um vídeo, evito mexer no Instagram, às vezes até deleto o aplicativo”, afirmou. “Quando eu entrei de novo, fiquei ‘chocada’. Em duas horas, tinham muito mais visualização que qualquer outro”.
A repercussão do trabalho chegou até mesmo à sua maior referência no humor, Tatá Werneck. Foi pra ela, inclusive, que Esse Menino enviou a primeira inbox de Instagram. “Hoje eu recebi uma mensagem da Tatá me parabenizando, dizendo que me viu falando dela na entrevista, que viu o video, que ‘rachou’. Tô vivendo um momento doido, mas muito feliz.
Apesar das inúmeras mensagens de apoio, não tardou para que as de cunho homofóbico e de ataques ao posicionamento político do humorista, que é assumidamente gay e crítico do atual governo, chegassem. A resposta veio em outro vídeo em que ele contou ter saído do armário com 13 anos, numa cidade do interior, e que não é qualquer comentário que o abala.
“Ah, você acha que a Tatá Werneck gostando de mim eu vou ligar pra ‘bolsominion’?”, brincou o artista. “Eu acho que se você assistiu o video [da Pfizer], não concorda com ele, não acredita que poderíamos estar em um lugar melhor, com vacinas… eu te peço: por favor não goste de mim, a gente não fecha, não tem nada a ver. O que eu faço e o que eu vou fazer daqui pra frente é para o meu público”.
Em falar em futuro, Esse Menino acaba de fechar um contrato com a badalada agência Mynd, de propriedade de Preta Gil, que já conhecia o trabalho dele, antes da fama de fato chegar. “Várias agências entraram em contato, mas eu ja tinha a Mynd em mente por saber como eles funcionam”.
Ele explica que o principal critério para a escolha foi planejamento a longo prazo. “Pra algumas pessoas, o que está acontecendo essa semana é essa semana, sabe? Tem gente que te apresenta proposta de publicidade pra hoje… Só que eu quero fazer isso pro resto da minha vida. Acho que eles entenderam a minha vibe”, explica.
Além de várias propostas em negociações, o ator também cita um projeto de comédia, que já está pronto e deve ser lançado de forma independente no Youtube, no final do mês. “Tudo que tiver de oportunidade massa, filme, cinema… Eu quero fazer”.