Coreanos reprovam inclusão da palavra “dorama” na língua portuguesa
A Associação Brasileira dos Coreanos reprovou a inserção de “dorama” na língua portuguesa, além de considerar a decisão preconceituosa
atualizado
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Recentemente a Academia Brasileira de Letras incluiu a palavra “dorama” no dicionário da língua portuguesa, porém, a Associação Brasileira dos Coreanos, que representa a comunidade coreana no Brasil, informou que recebeu com descontentamento a novidade, além de afirmar que considera a decisão preconceituosa.
“A Associação considera preconceituosa a decisão de generalizar as produções do leste-asiático. Não é certo generalizar expressões culturais. Cada produção tem suas características, peculiaridades e um público específico. Generalizar é confundir as peculiaridades. É como falar que toda comida nordestina é comida baiana”, explica a comunidade.
Na definição da ABL, publicada na seção “novas palavras”, nas redes sociais da associação, “dorama” é uma “obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral, com elenco local e no idioma do país de origem”.
“O uso no Brasil do termo ‘dorama’, em japonês, generaliza e apaga indústrias midiáticas asiáticas. Esse apagamento fortalece estereótipos e reforça, assim, o orientalismo. O drama de TV é um formato televisivo realizado em diferentes indústrias da mídia no Leste e Sudeste Asiáticos. Chamar um drama sul-coreano, ou K-drama, de ‘dorama’ é mais uma forma de estereotipar um consumo, além de ativar estruturas históricas de raízes imperialistas”, explica a Dra. Daniela Mazur, pesquisadora do MidiÁsia, grupo de pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF).