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Consciência Negra: Spotify e Globo revivem Marielle Franco, Mussum e outros

Na TV e no streaming preparam especiais para resgatar depoimentos históricos de personalidades como Martin Luther King e Jorge Laffond

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Reprodução/TV Globo
Guilherme Silva, Taís Araújo e Babu Santana em Falas Negras, da TV Globo
1 de 1 Guilherme Silva, Taís Araújo e Babu Santana em Falas Negras, da TV Globo - Foto: Reprodução/TV Globo

Comemorado no próximo 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra convida os brasileiros ao debate de temas como o racismo, a desigualdade e a inclusão do negro na sociedade. Neste ano, duas potências da comunicação, a TV Globo e o Spotify, vão inserir o diálogo sobre discriminação em suas programações. A ideia é a mesma: resgatar depoimentos históricos de ícones da luta antirracista no Brasil e no mundo.

Intitulado Falas Negras, o especial estreará no horário nobre da TV Globo. A obra documental de Manuela Dias, autora da novela Amor de Mãe, traz 22 atores interpretando personalidades que existiram na vida real. De Martin Luther King, vivido pelo ator Guilherme Silva, o lutador e ativista Muhammad Ali, interpretado por Babu Santana, até a voz contemporânea de Marielle Franco, na pele de Taís Araújo.

Heloisa Jorge em Falas Negras
A atriz Heloisa Jorge dá vida à Nzinga Mbandi, importante voz da resistência africana à colonização e comercialização de pessoas escravizadas

“O projeto nasceu durante a pandemia, durante três semanas de episódios tão simbólicos. Teve o assassinato do João Pedro, na semana seguinte o assassinato do George Floyd, e depois teve a morte do Miguel, um assassinato indireto que evidencia de forma quase caricatural a nossa chaga histórica. Isso tudo me mobilizou e propus para a TV Globo que a gente fizesse o especial. Sugeri abrir espaço para mostrar a inconformidade com o que a gente vem vivendo há mais de 500 anos”, explica Manuela.

Lázaro Ramos assina a direção do programa. Junto da assistente de direção Mayara Pacífico, o ator conduziu por 10 dias ensaios feitos de forma remota, onde o elenco contou com a preparação da atriz Tatiana Tibúrcio e teve aulas sobre a trajetória dos personagens dadas pela antropóloga Aline Maia. “Procuramos atores que fossem bons contadores de história, porque o projeto, na verdade, é isso. Ele não tem grandes movimentos de câmera e mudanças de cenários, aposta na capacidade de os atores contarem bem essa história, que é o que vai fazer com que o espectador se envolva com ela”, explica Lázaro.

Para Maíra de Deus Brito, doutoranda em Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade de Brasília (UnB), a importância do Falas Negras se dá por levar nomes como Angela Davis, Malcom X, Lélia Gonzalez e Milton Santos a pessoas de todas as cores e classes sociais. “É preciso contar a história que a história não conta, como bem diz aquele samba-enredo de 2019 da Mangueira”, ressalta a brasiliense, que também é autora do livro Não, Ele Não Está – obra que denuncia o genocídio da população negra a partir da sua principal vertente: o extermínio da juventude negra.

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<b>Malcolm X (Samuel Melo) </b>– Ativista de direitos civis, nasceu nos Estados Unidos, viveu entre 1925 e 1965. Por influência dos irmãos aderiu ao islamismo. Por conta de sua inteligência, oratória, personalidade forte, logo arrebatou multidões. Com o tempo, seus discursos ficaram cada vez mais concorridos e inflamados. Assim como sua popularidade cresceu, aumentou sua rejeição e fez inimizades que o levaram a ser assassinado
<b>Marielle Franco (Taís Araujo) </b> — Vereadora, socióloga, ativista de direitos humanos, nasceu no Rio de Janeiro, no Complexo da Maré, viveu entre 1979 e 2018. Eleita vereadora em 2016, presidiu a Comissão de Defesa da Mulheres e foi executada na noite de 14 de março de 2018. Sua morte virou um marco e motivou protestos por vários países do mundo. Ainda hoje o caso não foi desvendado. A vereadora defendia as causas das mulheres, negros, LGBTs e da periferia
<b>Martin Luther King (Guilherme Silva) </b>— Pastor batista e ativista político, nasceu nos Estados Unidos, viveu entre 1929 e 1968. Dentro do movimento negro, lutava pela igualdade civil entre negros e brancos e tinha como estratégia de luta o método da não-violência e a pregação de amor ao próximo, inspiradas nas ideias cristãs
Muhammad Ali (Babu Santana)
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O especial contou com homenagens a personagens históricos da luta antirracista como Angela Davis (Naruna Costa)

Victor Pollak/Divulgação
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Malcolm X (Samuel Melo) – Ativista de direitos civis, nasceu nos Estados Unidos, viveu entre 1925 e 1965. Por influência dos irmãos aderiu ao islamismo. Por conta de sua inteligência, oratória, personalidade forte, logo arrebatou multidões. Com o tempo, seus discursos ficaram cada vez mais concorridos e inflamados. Assim como sua popularidade cresceu, aumentou sua rejeição e fez inimizades que o levaram a ser assassinado

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Marielle Franco (Taís Araujo) — Vereadora, socióloga, ativista de direitos humanos, nasceu no Rio de Janeiro, no Complexo da Maré, viveu entre 1979 e 2018. Eleita vereadora em 2016, presidiu a Comissão de Defesa da Mulheres e foi executada na noite de 14 de março de 2018. Sua morte virou um marco e motivou protestos por vários países do mundo. Ainda hoje o caso não foi desvendado. A vereadora defendia as causas das mulheres, negros, LGBTs e da periferia

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Martin Luther King (Guilherme Silva) — Pastor batista e ativista político, nasceu nos Estados Unidos, viveu entre 1929 e 1968. Dentro do movimento negro, lutava pela igualdade civil entre negros e brancos e tinha como estratégia de luta o método da não-violência e a pregação de amor ao próximo, inspiradas nas ideias cristãs

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Muhammad Ali (Babu Santana)

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Podcast Vidas Negras

Na mesma pegada do especial global, o Spotify também lançou recentemente o Vidas Negras. O novo podcast original da plataforma de streaming estreou na última quarta-feira (4/11) e narra a história de grandes personalidades da história e luta negra. Na série, Grande Otelo, Mussum e Jorge Laffond são alguns dos homenageados. “Ouvi o primeiro episódio e me emocionei muito. A chance de conhecer a história de Carolina Maria de Jesus pela filha, Vera Eunice, é algo muito importante. Carolina Maria é uma das nossas escritoras mais importantes e o Brasil ainda não entendeu isso”, salienta a escritora Maíra de Deus Brito.

“Eu sei que recentemente uma grande editora avisou que vai lançar os livros de Carolina que estava esgotados e/ou nunca tinham chegado ao mercado. Mas esse processo tardio comprova que nosso país está viciado em ler letras brancas e em ouvir vozes brancas”, completa Maíra.

Com episódios semanais, disponibilizados sempre às quartas-feiras, o podcast Vidas Negras será apresentado por Tiago Rogero. Jornalista que produziu, apresentou e editou o podcast Negra Voz, lançado por O Globo, em 2019, e vencedor do Prêmio Vladimir Herzog 2020.

A escritora Carolina Maria de Jesus é uma das homenageadas do podcast Vidas Negras

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