Conheça Luiza Porto, a voz por trás de personagens da Disney e Netflix
A atriz e dubladora conta como é a rotina de uma dubladora
atualizado
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Talvez o nome Luiza Porto não seja familiar para todos, mas sua voz já foi ouvida por pessoas ao redor do país. Com 27 anos, a atriz já é atriz, cantora, dubladora e locutora. Neste ano, ela empresta sua voz à Bia, protagonista da novela homônima que estreou na Disney Channel, além de fazer parte do espetáculo teatral O Mágico de Ó, uma leitura brasileira do clássico Mágico de Oz voltada ao público infanto-juvenil.
Porto também deu voz a diversos personagens famosos da Disney e Nickelodeon; e já dublou personagens como Alice, de Once Upon a Time, a Mackenzie, de Os 13 Porquês, entre outros.
Em relação ao seu portfólio teatral, Luiza já viajou ao redor do Brasil com peças de teatro como Romeu e Julieta, Cuidado: Garoto Apaixonado, Pequena Sereia, Looney Tunes, Musical Zuzubalândia, Peter Pan Musical. Ela também fez parte do espetáculo O Alvo, realizado pela CIA do Bigode, da qual é co-fundadora.
Em entrevista ao Metrópoles, Luiza afirma que a criação de O Alvo veio da necessidade de discutir o bullying. “Depois de iniciarmos as apresentações e estarmos presentes nas escolas, que nós vimos como era necessário de fato falar sobre esse tema”, afirma a atriz. Ela ainda diz que, após trabalharem no primeiro espetáculo, sentiram a necessidade de continuar a história com uma segunda parte: O Alvo Hateclub. “A primeira trama[…] conta o acidente de Maria Cláudia pelo ponto de vista das agressoras que causaram o acidente”, explica Luiza. “Já na segunda parte, […] aprofundamos a questão do cyberbullying. […] Decidimos fazer no YouTube, pois sentimos essa necessidade”.
Foi assim que a CIA do Bigode começou a produzir conteúdo no YouTube, algo que Luiza afirma ser um trabalho pelo qual o grupo já tinha um desejo de aprender a fazer. “A parte mais legal é que sempre vai estar disponível na internet. Além disso, nós já somos mulheres adultas e não temos idade para fazer no audiovisual aquelas personagens. Quando começamos a levar o projeto para canais de TV isso era uma barreira; eles queriam O Alvo, mas não nosso elenco”, atesta.
Dublagem
Segundo Luiza, “a dublagem é mais um ramo do trabalho de um ator”. “É mais uma ferramenta, por isso é necessário ter frequentado uma escola de atuação, ter estudado, e depois se você se interessou pela dublagem deve se aprofundar nisso”, completa.
Porto conta que no curso de dublagem, o ator vem a entender como funciona a parte técnica do trabalho, o cotidiano de um dublador. “Seguimos uma convenção. Foram anos tentando regulamentar a nossa profissão, então por meio do curso de dublagem, você irá entender todas essas questões”, avalia
Para a atriz, alguns de seus maiores sonhos são relacionados às histórias que quer contar. “Existem alguns personagens icônicos que eu gostaria de interpretar. Mas eu acho que de fato o meu grande sonho como atriz é poder permear todos os lugares e formas de comunicação, desde o cinema, teatro, série, locução e dublagem”, revela.
Produção nacional
Em seu site oficial, Luiza também põe bastante ênfase na criação de versões brasileiras dos trabalhos dos quais participa. “É você assistir a um filme e não se perguntar se aquilo foi dublado ou não, porque faz todo o sentido. A forma como é falado, as referências usadas são nacionais”, ensina.
Ela ainda acredita que há uma lacuna a ser preenchida na produção artística para jovens, em especial no Brasil. De acordo com Luiza, falta investimento no público jovem. “Em alguns casos o essa faixa não paga ingressos, não são quem tem o poder da compra e, por essa razão, às vezes as empresas não se interessam em financiar esse tipo de espetáculo”, reclama. “Acho que, como sociedade, trata-se de um público com quem temos que dialogar, falar sobre todos os assuntos. Afinal, em caso contrário, cria-se um grande buraco entre o teatro jovem e o teatro adulto”, pontua.
Atualmente a produção brasileira tem crescido bastante, com serviços de streaming tal qual a Netflix dando um foco maior ao país. “Eu acredito que a ideia seja aumentar cada vez mais e fazer conteúdos com inteligência”, torce Luiza.
O chefe de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, anunciou em abril deste ano que a plataforma estaria focando na produção de 30 séries e filmes no Brasil. Luiza acredita que ao incentivar jovens produtores nacionais, o país também incentiva o consumo de uma produção cultural que gera orgulho no brasileiro. “Além de criar oportunidades de trabalho para muita gente, esse é o quarto mercado que mais gera lucro para o país”, encerra.