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Cirque du Soleil vem a Brasília com o espetáculo Ovo em abril de 2019

O show dirigido pela coreógrafa carioca Deborah Colker também passará por Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo

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1 de 1 OVO_1FootJuggling (6) - Foto: Cirque du Soleil/Divulgação

São Paulo (SP) – O espetáculo mais brasileiro do Cirque du Soleil vai finalmente desembarcar em terras tupiniquins. Com uma mistura inusitada de ritmos nacionais e dirigido por ninguém menos que a coreógrafa carioca Deborah Colker, Ovo é uma história sobre a aceitação de diferenças. As apresentações circenses acontecerão entre março e maio de 2019, passando por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo.

Ao contrário do que pode parecer, Ovo não é um espetáculo de balé. “Quando comecei, me deram 53 pessoas em cena. Foi a primeira vez que trabalhei com tanta gente. Disseram que eu teria quantos bailarinos quisesse. Mas eu queria acrobatas! Minha ideia era levar minha marca, minha maneira de falar com movimentos para a linguagem de circo”, explica a diretora em entrevista coletiva. Ela garante: não foi fácil fazer os artistas russos e chineses sacudirem os quadris em coreografias.

Colker foi convidada em 2006 quando a empresa canadense decidiu que a estética de seu espetáculo Velox, de 1995, precisava ser aplicada à arte circense. De certa forma, isso acabou acontecendo de forma muito literal: a ideia da dança em uma parede foi trabalhada até a diretora chegar a Wall, um dos momentos mais deslumbrantes de Ovo. Em uma imensa estrutura vertical, os acrobatas correm, pulam e se cruzam de um lado para o outro, de cima para baixo, apoiados por diferentes tipos de trampolins. “Hoje o aparato pertence ao Cirque du Soleil, mas tenho orgulho de o ter criado”, comemora a coreógrafa.

De início, ela recebeu apenas uma exigência do Cirque: que o espetáculo fosse sobre a natureza. Deborah, no entanto, não sabe dizer ao certo o motivo pelo qual escolheu um mundo de insetos. São 17 espécies representadas no espetáculo, de joaninhas a moscas. A escolha dos bichos é uma relação entre as técnicas circenses e a anatomia de cada um. “Os escaravelhos são trapezistas, os besouros são os seguranças, as aranhas, contorcionistas. As formigas são trabalhadoras, e as pulgas são um grupo de adolescentes”, descreve a carioca.

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Ele logo se apaixona por Joaninha, uma figura forte e cheia de energia que vive à espera de algo maravilhoso em sua vida
Um dos maiores desafios de Deborah Colker foi criar Wall, o espetáculo de acrobacias em trampolins verticais – marca registrada do Cirque du Soleil
Colker exigiu trabalhar apenas com acrobatas. Neste número, um casal de borboletas mistura mão a mão, balé e contorção aérea
A divertida aranha revela seu lado mais sensual num número de contorcionismo para atrair um grupo de grilos para sua teia
A barata cantora: ritmos nacionais, como a bossa nova, dão o tom de Ovo
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Na história do espetáculo Ovo, o Estrangeiro chega à comunidade de insetos sem saber falar o idioma dela e com uma bagagem misteriosa

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Ele logo se apaixona por Joaninha, uma figura forte e cheia de energia que vive à espera de algo maravilhoso em sua vida

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Um dos maiores desafios de Deborah Colker foi criar Wall, o espetáculo de acrobacias em trampolins verticais – marca registrada do Cirque du Soleil

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Colker exigiu trabalhar apenas com acrobatas. Neste número, um casal de borboletas mistura mão a mão, balé e contorção aérea

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A divertida aranha revela seu lado mais sensual num número de contorcionismo para atrair um grupo de grilos para sua teia

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A barata cantora: ritmos nacionais, como a bossa nova, dão o tom de Ovo

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Trapezistas russos vivem os escaravelhos, que saltam em voos de seis metros de distância

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Um vaga-lume brinca com o tradicional diabolô, uma espécie de ioiô gigante, num número de malabarismo

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Outro número tradicional é o tecido aéreo, estrelado por uma crisálida prestes a se tornar borboleta

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Na história, o forasteiro causa um misto de repulsa e curiosidade: a chegada do novo na comunidade

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No fim, tudo vira festa!

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A história, consequentemente, trata de respeito às diferenças. Em uma comunidade de insetos, um forasteiro se aproxima carregando um ovo. Enquanto muitos personagens ficam intrigados com aquele mistério, outros têm dificuldades de aceitar o novo integrante da turma, principalmente porque ele fala em um idioma não compreendido pelos outros. Lançado em 2009, a única exigência de Colker ao entregar Ovo definitivamente às mãos do Cirque du Soleil foi a manutenção da história.

Para o designer de cenário e adereços Gringo Cardia, parceiro de décadas da coreógrafa, criar para o espetáculo foi um dos pontos altos de sua carreira. “O tema dos insetos é mágico. Vemos um mundo extraterrestre que existe perto da gente. E, para as crianças, esta é uma realidade muito mais próxima, muito mais palpável. Eu era fascinado por eles quando garoto, realizei um sonho de infância”, comemora.

Eu me lembro dos ensaios, a gente ouvia muitas línguas. Eu falava em inglês, os tradutores de cada idioma repassavam. Às vezes, eu pedia silêncio, ficava brava com tanta conversa, mas eram apenas os tradutores contando as instruções. Era uma Babel muito rica

Deborah Colker, diretora de Ovo

O espetáculo foi encomendado para celebrar, em 2009, o aniversário de 25 anos da empresa, em clima de festa. Segundo Colker, uma exigência de Guy Laliberté, fundador do grupo,era que o público terminasse de assistir a Ovo em pé, dançando com os artistas. Com uma equipe criativa liderada por uma brasileira, a escolha de ritmos nacionais surgiu também para quebrar o tom sisudo, de música clássica, característico dos espetáculos do Cirque du Soleil.

De fato, Ovo começa num despertar vagaroso, em ritmo de bossa nova. Até o seu final, uma grande festa com o forró rolando solto, ritmos nacionais desfilam diante da plateia, como samba, carimbó, frevo e “chorinho elétrico”: a definição que Berna Ceppas, compositor e diretor musical do espetáculo, dá a canções como as criadas pelos Novos Baianos. “A música é um ponto alto. O Cirque exigiu essa mudança, queriam canções mais celebrativas”, comenta.

Espetáculo Ovo – Cirque du Soleil
De 7 a 17 de março, no Ginásio Mineirinho (Belo Horizonte)
De 21 a 31 de março, na Jeunesse Arena (Rio de Janeiro)
De 5 a 13 de abril, no Ginásio Nilson Nelson (Eixo Monumental, Brasília)
De 19 de abril a 12 de maio, no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo)
Ingresso: de R$ 130 a R$ 275 (meia-entrada). Valores sujeitos à alteração. Livre para todos os públicos

A repórter viajou a São Paulo a convite da IMM

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