metropoles.com

Versão em 4K de Deus e o Diabo na Terra do Sol movimenta Cine Brasília

Restaurado por Lino Meireles com apoio da cineasta Paloma Rocha, Deus e o Diabo na Terra do Sol foi exibido em 4K no Cine Brasília

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Pedro Iff/Metrópoles
bate-papo antes da exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol 1
1 de 1 bate-papo antes da exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol 1 - Foto: Pedro Iff/Metrópoles

O Dia do Cinema Nacional, comemorado nesta segunda-feira (19/6), foi reverenciado com uma sessão especial da cópia em 4k de Deus e o Diabo na Terra do Sol. Obra máxima de Glauber Rocha e um dos mais importantes títulos do Cinema Novo, o filme foi restaurado sob o olhar atento da cineasta e pesquisadora Paloma Rocha, filha de Glauber, e do produtor Lino Meireles. Exibido pela primeira vez em sua versão remasterizada no Cine Brasília, o evento lotou a tradicional sala de projeção brasiliense.

Antes da exibição, uma breve conversa reuniu parte da equipe de restauro. Além dos responsáveis diretos pelo restauro, Paloma Rocha e Lino Meireles, contribuiu com o bate-papo a doutora em História Miriam Silvestre. “Vi em casa e moldou o meu pensamento, e estou aqui com a Paloma mostrando esse filme. Não adianta restaurar e engavetar, tem que mostrar para as pessoas”, celebrou o cineasta Lino Meireles durante o debate.

“A gente nunca imaginou a dimensão simbólica que esse projeto ia ter. Começamos a conversar em 2018, começamos a trabalhar em 2019, estávamos em um governo que não investia em cultura…. Ter concluído foi incrível. Paloma diz que Santo Glauber, ele que decide o tempo das coisas, e talvez tenha sido assim com esse filme também”, completa Meireles.

19 imagens
Bate-papo antes da exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol 5
Paloma Rocha com sua bisneta Lúcia Rocha, Lino Meireles e Miriam Silvestre sobem ao palco para comentar sobre a restauração do filme
Paloma Rocha comenta sobre a restauração do filme
Miriam Silvestre no palco para comentar sobre a restauração do filme
Lino Meireles conversa com André Machado antes da exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol
1 de 19

Longa fila para a sessão especial com a exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol

Pedro Iff/Metrópoles
2 de 19

Bate-papo antes da exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol 5

Pedro Iff/Metrópoles
3 de 19

Paloma Rocha com sua bisneta Lúcia Rocha, Lino Meireles e Miriam Silvestre sobem ao palco para comentar sobre a restauração do filme

Pedro Iff/Metrópoles
4 de 19

Paloma Rocha comenta sobre a restauração do filme

Pedro Iff/Metrópoles
5 de 19

Miriam Silvestre no palco para comentar sobre a restauração do filme

Pedro Iff/Metrópoles
6 de 19

Lino Meireles conversa com André Machado antes da exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol

Pedro Iff/Metrópoles
7 de 19

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, elogiou a iniciativa de restauração do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol

Pedro Iff/Metrópoles
8 de 19

Ela foi ovacionada no Cine Brasília

Pedro Iff/Metrópoles
9 de 19

Vizinho do Cine Brasília, o ator Welder Rodrigues também prestigiou a exibição de Deus e o Diabo na Terra do Sol

Pedro Iff/Metrópoles
10 de 19

Exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol

Pedro Iff/Metrópoles
11 de 19

Exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol

Igo Estrela/Metrópoles
12 de 19

Público lotou a sessão de Deus e o Diabo na Terra do Sol, no Cine Brasília

Pedro Iff/Metrópoles
13 de 19

Exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol

Igo Estrela/Metrópoles
14 de 19

Público lotou a sessão de Deus e o Diabo na Terra do Sol, no Cine Brasília

Igo Estrela/Metrópoles
15 de 19

Exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol

Igo Estrela/Metrópoles
16 de 19

Público lotou a sessão de Deus e o Diabo na Terra do Sol, no Cine Brasília

Igo Estrela/Metrópoles
17 de 19

A ministra da cultura Margareth Menezes acompanha o filme no Cine Brasília

Igo Estrela/Metrópoles
18 de 19

Igo Estrela/Metrópoles
19 de 19

Público lotou a sessão de Deus e o Diabo na Terra do Sol, no Cine Brasília

Igo Estrela/Metrópoles

A versão remasterizada do filme estreou mundialmente em Cannes, na França, em 2022, 58 anos após a estreia do original na Mostra Competitiva do festival. Marco do chamado Cinema Novo — que se destacou pela sua crítica à desigualdade social —, ele foi o segundo longa de Glauber Rocha e misturou influências, como a literatura de cordel, o faroeste e o trabalho do cineasta Jean-Luc Godard.

“[Esse filme] parece, por vezes, atemporal, ele fala muito com as pessoas de hoje. É um filme que ano que vem completa 60 anos e poderia se passar hoje. Ele tem messianismo, disputa de terra, pobreza, busca por justiça, violência no campo. É assustadoramente brasileiro”

Lino Meireles
Paloma Rocha comenta sobre a restauração do filme

Paloma Rocha destaca ainda que conseguiu desenvolver esse projeto graças à avó paterna, Lúcia Rocha. Ela explica que foi a matriarca que reuniu documentos deixados por Glauber Rocha que facilitaram a restauração. “A obra do Glauber não é somente de filmes. Ele deixou uma vasta documentação que dá a dimensão do artista completo que ele foi”. Em sua fala, ela se emocionou ao falar do legado do pai, e aproveitou para destacar a importância da preservação da memória.

“A principal memória é aquela de quem assistiu ao filme”, disse. Ao fim, Paloma gritou: “Viva, Glauber, viva o cinema nacional e viva o Cine Brasília”.

Fomento ao cinema nacional

A primeira exibição do filme em Brasília faz parte da sessão especial que homenageia o Dia do Cinema Brasileiro, inspirada no curso O Cinema Brasileiro e Sua História, criado pela professora Miriam Silvestre. A proposta dela era oferecer um panorama sobre o assunto para os aficionados pela sétima arte.

“A gente buscou abranger da cronologia mais tradicional a temas específicos, como cinema e diversidade, cinema indígena, cinema negro, cinema LGBTQIA+ e cinema de Brasília, especificamente. E, uma vez que sou da Secretaria de Educação, também sobre como se faz a dobradinha entre cinema e educação”, detalha Miriam. Com a primeira turma encerrada, ela adianta que o curso deve ocorrer novamente e até abrir turmas em diferentes formatos.

Amante das produções nacionais, ela avalia a importância que a remasterização de obras clássicas tem para a cultura nacional. “Quem conhece um pouquinho, ao menos, de cinema brasileiro, já ouviu falar de Deus e o Diabo na Terra do Sol. E acho que todo e qualquer movimento de restauração de uma obra da nossa cinematografia é mais do que importante, ainda mais levando em conta a problemática da preservação.”

Público lotou a sessão de Deus e o Diabo na Terra do Sol, no Cine Brasília

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, discursou antes da sessão. Com a palavra, a autoridade saudou o trabalho de Lino Meireles e de Paloma Rocha, responsáveis diretos pela restauração em 4K de Deus e o Diabo na Terra do Sol. A gestora da pasta também enfatizou a importância do cinema nacional.

Margareth Menezes aproveitou para comemorar o retorno de 144 obras do acervo cinematográfico brasileiro, que estavam desde 1979 em Roma, na Itália. Os filmes retornaram à Agência Nacional do Cinema (Ancine) nesta segunda (19/6), data em que se comemora os 125 anos do Cinema Brasileiro.

“Uma vitória da cultura neste dia especial! É muito simbólico que no ano que retomamos o ministério, que os investimentos no audiovisual voltaram, a gente consiga trazer de volta esse valioso patrimônio do cinema nacional. O retorno desse acervo é um reencontro do país com sua própria cultura, com sua memória e sua identidade. Reforça também a importância do trabalho de preservação e de difusão das obras para os estudiosos e os amantes do cinema, que será feito aqui pela Cinemateca Brasileira”, comemorou a ministra.

O cineasta e documentarista Vladimir Carvalho participou da sessão de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, no Cine Brasília

Um dos ícones do cinema brasileiro e contemporâneo de Glauber Rocha, o cineasta e documentarista Vladimir Carvalho comemora a restauração da obra do diretor. “Hoje é um dia virtuoso, porque a gente vai celebrar o Dia do Cinema Brasileiro com uma cópia extraordinariamente recuperada. É um feito, estou feliz. Conheci o Glauber, fomos amigos, e ele está, onde ele estiver, sentadinho da nuvem, dando os parabéns.”

Vladimir ressalta ainda que o cinema passa por muitas mudanças, principalmente com a chegada e o sucesso do serviço de streaming. Ele avalia que trabalhos como o feito por Lino Meireles e Paloma Rocha oferecem à nova geração a possibilidade de conhecer a história do cinema produzido no país. “O cinema brasileiro não é só esse momento, são momentos anteriores ao que está acontecendo agora”, reforça.

Outro nome que marcou presença na exibição foi Welder Rodrigues. O humorista, que é vizinho do Cine Brasília, foi ao evento para apreciar o trabalho de Glauber Rocha e comemorar o Dia do Cinema Brasileiro. “Estou curioso para ver essa restauração em 4K do filme. A gente preserva tão pouco a memória brasileira, que eu quero ver como essa restauração foi feita. A gente valoriza tão pouco a nossa cultura, então você ter um momento como este é incrível”, analisa Welder.

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?