Thalita Carauta vive dores de atletas olímpicos em filme: “É cruel”
Com direção de Tomás Portella, 4×100 — Correndo por um Sonho estreia nos cinemas de todo o Brasil, nesta quinta-feira (24/6)
atualizado
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Amantes da TV e do cinema nacional, acostumados a ver as atrizes Thalita Carauta (Zorra Total e S.O.S Mulheres ao Mar) e Fernanda de Freitas (Tapas e Beijos e Casa da Mãe Joana) em papéis humorísticos, vão se surpreender com o talento dramático das intérpretes em 4×100 — Correndo por um Sonho. O filme estreia nesta quinta-feira (24/6), nas salas de exibição de todo o país, e mostra os desafios impostos à atletas em busca do ouro olímpico.
“Na época em que começamos a gravar, lembro que as pessoas perguntavam se seria um ‘comedião’ por ter eu e a ‘Tatá’ juntas, era até engraçado. Mas essa coisa do humor não foi algo que buscamos, e sim os trabalhos que foram aparecendo”, explicou Fernanda de Freitas, durante coletiva virtual.
Com direção de Tomás Portella, 4×100 — Correndo por um Sonho mostra a equipe brasileira feminina de atletismo prestes a conquistar seu lugar no pódio nas olimpíadas do Rio, de 2016. Mas um erro faz as atletas perderem a prova de revezamento e darem adeus ao sonho da medalha. Quatro anos depois, elas têm uma nova chance de reescrever suas histórias nas olimpíadas do Japão, mas precisam resolver desavenças internas para chegar à competição mundial mais unidas que nunca.
O filme apresenta a dura realidade de treinos e dificuldades financeiras de esportistas femininas no Brasil. Na pele de Adriana, uma atleta sem patrocínio e que se mantém com lutas esporádicas de MMA, Carauta ressalta que o “grande barato” do longa é poder representar o sonho de meninas espalhadas pelo país. “É uma profissão muito cruel. O que a minha personagem passa é essa coisa de não desistir, de ir além do seu limite, de mostrar que é capaz de alcançar um sonho, da paixão por um esporte”.
De maneira sutil, o longa-metragem aborda questões como o racismo estrutural que também faz reflexo no esporte. “Mesmo causando a derrota da equipe, a Maria Lúcia, essa garota branca que não sofre nenhuma consequência negativa, pelo contrário, vira estrela de comerciais. Enquanto a Adriana perde patrocínio e passa por todas as dificuldades”, adianta Fernanda, sobre sua personagem.
Distribuído pela Imovision e produzido pela Gullane, a produção tem elenco composto, ainda, pelas atrizes Roberta Alonso, Cinthia Rosa, Priscila Steinman, que completam a delegação feminina. “O esporte tem uma relação direta com histórias de superação e isso é o que mais me atraiu no filme. São cinco mulheres superando desafios pessoais para ter uma conquista em coletivo”, considera Steinman.
Já Augusto Madeira espera que 4×100 — Correndo por um Sonho sirva para levar reconhecimento ao atletismo e demais esportes pouco valorizados no Brasil. “Nem precisamos ir longe, sou flamenguista e o time de basquete acabou de ganhar todos os títulos possíveis, invictos no ano, e isso não é matéria em lugar nenhum. Se for falar de atletismo então, aí ninguém sabe de nada. É muito triste ver isso acontecendo, ver esse disparate tão grande. Acho que esse filme vai chamar a atenção para isso. Espero que as coisas mudem, se tornem mais equilibradas”, conclui o ator, que dá vida ao técnico da equipe.