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Terry Gilliam termina as filmagens de “O Homem que Matou Dom Quixote”

Diretor de “Brazil: O Filme” e “Os 12 Macacos” anunciou o término da produção pelas redes sociais. Projeto levou 17 anos para ser concluído

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The Book Of Mormon – Press Night – Arrivals
1 de 1 The Book Of Mormon – Press Night – Arrivals - Foto: Stuart C. Wilson/Getty Images

Após 17 anos de filmagens, Terry Gilliam finalmente concluiu o longa-metragem “O Homem que Matou Dom Quixote”. Diretor de “Brazil: O Filme” (1985) e “Os 12 Macacos” (1995), o americano anunciou neste domingo (4/6) o término da produção pelas redes sociais. Ainda não há previsão de estreia.

“Peço desculpas pelo longo silêncio”, escreveu o cineasta em post compartilhado no Facebook e no Twitter. “Estive ocupado colocando as malas no carro e agora estou voltando para casa. Depois de 17 anos, completamos as filmagens de ‘O Homem que Matou Dom Quixote’. Obrigado ao time todo e a quem acreditou. Quixote vive!”.

Na adaptação do livro de Miguel de Cervantes, Adam Driver interpreta o publicitário Toby. Entre passado e presente, ele visita a La Mancha do século 17. Por engano, Dom Quixote (Jonathan Pryce) pensa que o viajante é Sancho Pança.

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Pôster do documentário "Perdido em La Mancha" (2002)
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Foto postada por Terry Gilliam para anunciar o término das filmagens

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Pôster do documentário "Perdido em La Mancha" (2002)

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Produção atribulada
A primeira tentativa de Gilliam de rodar o longa foi em 2000, com Johnny Depp, que havia trabalhado com o diretor em “Medo e Delírio” (1998), e a francesa Vanessa Paradis. Mas a produção foi catastrófica e rendeu um documentário sobre o “não-filme”, intitulado “Perdido em La Mancha” (2002).

O cineasta teve que sair de Hollywood e buscar financiamento na Europa. Com um orçamento de US$ 32 milhões (US$ 8 milhões a menos que o inicial), Gilliam começou pré-produzir e filmar na Espanha. Já no primeiro dia, a locação sofreu com ruídos de voos e disparos de caças F-16. Havia uma área de treinamento da Otan nas proximidades.

No segundo dia, uma tempestade de granizo inundou a região e danificou equipamentos. A produção teve que buscar outra locação. Mas o ator Jean Rochefort, que faria Dom Quixote, descobriu uma hérnia de disco e a filmagem foi cancelada em definitivo.

Acionada para cobrir os prejuízos após o aborto do filme, uma companhia de seguros deteve os direitos sobre o roteiro até 2008. Gilliam retomou o projeto, mas perdeu o financiamento em 2010. Em 2015, a produção atrasou após John Hurt, escalado para viver Dom Quixote, descobrir um câncer no pâncreas – o ator morreu em janeiro de 2017.

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O Convento de Cristo, em Portugal
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O Convento de Cristo, em Portugal

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Acusações de danos ao Convento de Cristo
Gilliam voltou a trabalhar no filme em 2016 e anunciou o reinício das filmagens durante o Festival de Cannes. O trabalho atrasou novamente quando o produtor português Paulo Branco teve dificuldades para financiar o projeto e abandonou o longa. Gilliam seguiu tentando. Até terminar. Recomeçou em março de 2017 e, finalmente, concluiu as filmagens em junho.

Na fase final da produção, Gilliam enfrentou mais um contratempo. Uma matéria do jornal “RTP” acusou o diretor de danificar o Convento de Cristo, em Portugal.

“A produção fez uma fogueira de 20 metros. Para isso cortou as arvores que embelezavam o monumento e partiu pedras centenárias”, apontou a reportagem. A direção de Patrimônio classificou os estragos como “acidente”. Gilliam chamou a denúncia de “ignorância sem sentido”.

Vale lembrar que Orson Welles, outro ambicioso diretor de Hollywood, também tentou adaptar “Dom Quixote” ao longo de décadas. Jamais conseguiu terminar o projeto.

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