“Taxi Driver” completou 40 anos esta semana. Relembre outros cinco filmaços pouco óbvios lançados em 1976
Um dos marcos da Nova Hollywood, o filme de Martin Scorsese trouxe Robert De Niro no icônico papel de Travis Bickle, um perturbado motorista de táxi e ex-combatente na Guerra do Vietnã
atualizado
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Travis Bickle se tornou um personagem tão canônico em Hollywood que é fácil se esquecer o quão extremo é “Taxi Driver”, filme de Martin Scorsese lançado em 8 de fevereiro de 1976 nos Estados Unidos. Antissocial e insone, o ex-combatente na Guerra do Vietnã vivido por Robert De Niro arranja emprego como taxista em Nova York. E ali, pelas ruas sombrias da cidade, começa a arquitetar um banho de sangue supostamente purificador.
“Taxi Driver” foi incorporado pela cultura pop ao longo das décadas seguintes, sobretudo pela iconografia de pesadelo noturno. Bickle conversando consigo mesmo diante do espelho, perguntando “you talking to me?” (“tá falando comigo?”), parece sintetizar a figura do stalker (perseguidor), do solitário urbano perturbado e algo cômico. A popularidade também costuma inspirar tributos descontraídos, como a versão “suecada” de Michel Gondry, um corte romântico e “Uber Driver”.
Na lista a seguir, aproveitamos o aniversário de “Taxi Driver” para lembrar outros quarentões. Deixamos de fora clássicos manjados como “Carrie, a Estranha”, “O Homem que Caiu na Terra”, “A Profecia”, “Rocky – Um Lutador”, “Rede de Intrigas” e “Todos os Homens do Presidente” para dar lugar a filmes nem sempre lembrados.
“Assalto à 13ª DP”
Primeiro grande trabalho dirigido pelo mestre do horror John Carpenter, o filme revela uma imensa admiração por faroestes de cerco, em especial “Onde Começa o Inferno” (1959), e assimila a violência e o pessimismo tão presentes nos anos 1970. É uma das principais influências de “O Som ao Redor” (2012), de Kleber Mendonça Filho.
“O Império dos Sentidos”
Sempre lembrado pelas cenas de sexo explícito, o filme do japonês Nagisa Oshima relê um incidente dos anos 1930 por meio de uma história de obsessão, exploração sexual e erotismo. Um retrato extremo que gerou controvérsia à época e status de obra-prima nas décadas seguintes.
“O Inquilino”
No último filme da trilogia do apartamento, após “Repulsa ao Sexo” (1965) e “O Bebê de Rosemary” (1968), Roman Polanski dirige e interpreta um de seus personagens mais paranoicos. De um jeito curioso, ele revisita o filme em “A Pele de Vênus” (2013), seu mais recente longa.
https://youtu.be/ZmhIMbdecEU
“Josey Wales – O Fora da Lei”
Um dos melhores faroestes dirigidos (e estrelados) por Clint Eastwood, “Josey Wales” acompanha um fazendeiro que viu sua família ser dizimada durante a Guerra Civil. Um conto que transcende a simples busca por vingança e revela uma das cenas mais lindas (veja abaixo) da carreira do cineasta.
“Trágica Obsessão”
Brian De Palma lançou outro filme em 1976 além de “Carrie, a Estranha”. O diretor relê a obra-prima “Um Corpo que Cai” (1958), do mestre Alfred Hitchcock, com sua conhecida habilidade para subverter a narrativa por meio de delirantes movimentos de câmera.
