Setor audiovisual injeta R$ 23 bilhões por ano na economia brasileira
Este e outros dados revelados em pesquisa lançada pela Motion Picture Association América Latina dá mostra da importância econômica do cinema e da TV
atualizado
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O estudo O Impacto Econômico do Setor Audiovisual Brasileiro, lançado pela Motion Picture Association – América Latina (MPA-AL), mostra o quanto a participação da indústria audiovisual é significativa na economia brasileira.
De acordo com o levantamento, a produção de conteúdo, a distribuição e a exibição em salas de cinema e festivais; TV aberta e paga, vídeo sob demanda e a venda e locação em mídia física injetam nada menos que R$ 23 bilhões anualmente em nossa economia.E, se considerada a evolução dos números nos últimos anos, o mercado só tende a crescer. Para se ter ideia, em 2013 foram vendidos 149,5 milhões de ingressos de cinema no país. Em 2015, o total foi de 173 milhões. No mesmo intervalo, as salas de cinema aumentaram de 2.679 unidades para 3.005.
Tudo isso representou, no último ano, um faturamento bruto de R$ 55,4 bilhões e R$ 2,7 bilhões em arrecadação de tributos, tornando o setor responsável por 0,38% do Produto Interno Bruto brasileiro — valores corrigidos em julho de 2016.
Geração de empregos
“O estudo mostra que no Brasil, o setor, para além do importante viés sociocultural, pode ser visto também como grande motor de inovação, competitividade, crescimento econômico e geração de empregos”, avalia o diretor-geral da MPA-AL, Ricardo Castanheira.
A pesquisa indica que o segmento emprega, direta e indiretamente, mais de 495 mil pessoas no país. Aqui também se nota um crescimento significativo: se em 2012 o audiovisual gerava 110 mil vagas diretas e 119 mil indiretas, em 2014 esses números pularam para 168,8 mil e 327,4 mil, respectivamente
Diante de balanço tão positivo, no entanto, uma contradição: quase metade da população brasileira não tem acesso a salas de cinema — 46%. Em 2015, 93,2 milhões de pessoas não contavam com salas de projeção no município de residência. Mesmo assim, registra-se aqui também um crescimento, ainda que tímido: em 2012 esse percentual era de 51,6%.
A capacidade criativa do brasileiro é inesgotável: um dos vários insumos fundamentais para crescimento e desenvolvimento do setor. É importante, pois, que a cadeia como um todo seja encarada como estratégica
Ricardo Castanheira. diretor-geral da MPA-AL
Estúdios associados
A pesquisa utilizou dados do IBGE e da própria indústria. Foi realizada pela Consultoria Tendências, sob encomenda da MPA-AL — que atua como porta-voz e defensora dos principais estúdios da indústria cinematográfica, televisiva e de home video americana (entre eles, Walt Disney, Paramount; Sony Pictures, 20th Century Fox, Universal e Warner Bros).
Confira algumas das conclusões apresentadas no estudo O Impacto Econômico do Setor Audiovisual Brasileiro, que também teve apoio do Sindicato da Indústria do Audiovisual (Sicav):
R$ 23 bilhões
É quanto o setor audiovisual injeta na economia brasileira anualmente
R$ 55,4 bilhões
É o faturamernto bruto anual do setor
R$ 2,7 bilhões
Foi o total da arrecadação direta de tributos do mercado audiovisual em 2014
R$ 7,2 bilhões
Massa salarial gerada pelo setor em 2014 (58% a mais em relação a 2007)
496,2 mil
Total de empregos proporcionados na indústria audiovisual em 2014, sendo 168,8 mil diretos e 327,4 mil indiretos (em 2012, eram 110 mil e 119 mil vagas, respectivamente)
3.005
Número de salas de cinema no Brasil em 2015 (12,2% a mais que em 2013 quando existiam 2.679)
95,7%
Percentual de salas capazes de reproduzir conteúdo digital atualmente (em 2012, eram apenas 31,1%)
93,2 milhões
Número de pessoas que não contam com cinema em sua cidade. Isso representa 46% da população (em 2012 eram 51,6%)
R$ 352,3 milhões
Valor estimado das receitas estimadas com Vod (vídeo on demand) em 2016. Esse mercado cresceu 500% nos últimos cinco anos
400
Número de sites de piratraria audiovisual em atividade — apenas 57 deles recebem mais de 1 milhão de acessos mensais