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Sangue do Meu Sangue: conheça set internacional montado no DF

Gravado 100% no Distrito Federal, Sangue do Meu Sangue tem equipe majoritariamente feminina e a atriz premiada Aline Marta Maia no elenco

atualizado

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Pedro Iff/Metrópoles
Set de filmagens do filme Sangue do Meu Sangue
1 de 1 Set de filmagens do filme Sangue do Meu Sangue - Foto: Pedro Iff/Metrópoles

Luz, câmera, ação! Todo cinéfilo conhece as três palavras que antecedem a gravação de um filme, mas poucos têm a oportunidade de presenciar a magia acontecer. Do preciosismo com o cenário até a inspiração do elenco minutos antes do “gravando”: o Metrópoles passou um dia no set de Sangue do Meu Sangue, coprodução internacional de Brasil e Chile, e viu de perto como funciona essa engrenagem que transforma um roteiro em obra da sétima arte.

A locação visitada pela reportagem fica próxima à trilha da Rota do Cavalo, Núcleo Rural de Sobradinho. Lá, em um casebre bucólico, rodeado por bambuzais e uma árvore frondosa, se desenrola a trama da personagem Glória, uma criança de 10 anos que passou por um transplante de coração e começa a confundir os seus sentimentos com o do doador. A reviravolta em sua trajetória acontece quando ela faz amizade com Sofia, uma garota de 11 anos, que chega ao hospital acompanhada de sua bisavó, que sofre de Alzheimer.

É na “casa da bisa” que o drama roteirizado por Rafaela Camelo, que também assina a direção do filme, ganha contornos de realismo fantástico. “Eu conheci uma pessoa que tinha feito um transplante cardíaco, e ele me contou um pouco das sensações que ele teve desde que ganhou o novo coração. Hoje essa ideia inicial aparece de forma sutil, mas a questão que fica é a da vida e pós-vida, o que significa o luto ou viver uma segunda vez… Tudo apresentado por diversas perspectivas através de cada personagem”, explica Camelo.

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Bruno Líbano, Segundo assistente de câmera
A foquista Liss Fernandez
Equipe de direção, assistentes, e Continuísta
A diretora de Fotografia "Fran" com a câmera
Equipe de direção de arte e de som acompanham a filmagem
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A diretora Rafaela Camelo

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Bruno Líbano, Segundo assistente de câmera

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A foquista Liss Fernandez

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A diretora de Fotografia "Fran" com a câmera

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Equipe de direção de arte e de som acompanham a filmagem

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Diversos figurinos

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Equipamentos no set

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Equipamentos no set

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Direção e assistentes acompanham o ensaio

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Direção de fotografia decidindo detalhes para a próxima cena

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No caos organizado dos bastidores de uma gravação — com fios, telas, microfones e iluminações espalhadas por todos os lugares — cada pessoa tem a sua função bem definida e “ninguém invade o espaço do outro”, assim como o toque de “silêncio no set” é palavra de ordem seguida à risca, explica Ana Rabêlo, diretora de produção. Foi ela, inclusive, quem pesquisou e encontrou a casa da Rota do Cavalo.

“Nós estamos sempre com uma comunicação muito direta com o pessoal da arte e fotografia para entender o que o espaço precisa. A personagem da bisa, vivida pela Aline Marta, mora numa comunidade rural. Essa casa é de 1957 e já foi construída numa arquitetura que nos entregava tudo isso. Além disso, ela já foi usada como locação de outros filmes, o que facilita o diálogo com o proprietário”, afirma.

Mesmo assim, a equipe de arte comandada por Sarah Noda teve trabalho para deixar o imóvel ainda mais com a cara da “bisa” da trama. “A gente pintou as paredes todas, envelheceu do lado de fora… Porque ela era bem pintadinha, bem cuidada, mas na história a personagem havia deixado a casa há vários meses já. Além de tudo ela era um museu, e nós tivemos que dar esse aconchego de lar”, explica.

Bastidores das gravações do filme Sangue do Meu Sangue
A produtora Daniela Marinho e a cineasta Rafaela Camelo

Parceria de longa data

Segundo Rafaela Camelo, a missão audaciosa de gravar o primeiro longa-metragem é amenizada pela intimidade profissional com a produtora Daniela Marinho, com quem se graduou no curso de Audiovisual da Universidade de Brasília (UnB). “Eu e a Dani temos essa relação bem antiga, trabalhamos juntas há 19 anos, este é o nosso quarto projeto, e já estamos nele há seis anos”, reforça a cineasta brasiliense.

O DNA feminino e candango das idealizadoras do projeto se estende para toda a produção, majoritariamente local, e com elenco composto quase que 100% por mulheres, dentre elas, as atrizes Camila Márdila (Que Horas Ela Volta), Larissa Mauro e a premiada Aline Marta Maia. “Tem uma dinâmica de circulação de riquezas, para além da cultural, que é intangível. A realização de um longa envolve muitas pessoas, desde quem nos alimenta até quem atua”, considera Daniela.

“Quando nós, como mulheres, começamos a agir em coletivo, isso gera um efeito na indústria. Eu sinto esse suporte na equipe. É interessante ver como temos muitas mulheres na produção e como é especial para todas nós fazermos parte de uma equipe onde a gente não é a exceção, e sim a maioria. Pelos dados dos filmes que são lançados a gente vê que isso ainda não é regra”, celebra a diretora.

A brasiliense Larissa Mauro, convidada para dar vida à Antônia, mãe solo e superprotetora da Glória, assume que ser dirigida por uma mulher é um sonho antigo, e, finalmente realizado. “Em 15 anos de carreira no cinema, isso nunca tinha acontecido. Percebo que a principal diferença é o ambiente de total respeito. A Rafaela é muito única, muito sensível. E essa sensibilidade emana para todo o grupo. Então é um set afetuoso, sensível, as pessoas se dão bem, se respeitam muito. E não é toda vez que é assim”, acredita a atriz.

No preparo para o papel de enfermeira, Larissa Mauro vivenciou a rotina dos profissionais de saúde no Hospital Regional da Asa Norte, o HRAN. Quem a ajudou foi Denis Camargo, que trabalha há mais de 30 anos na unidade de saúde, mas também é ator formado na UnB e doutor em artes cênicas. “Ele é uma figura incrível, que me recebeu por quatro dias no HRAN e me colocou para acompanhar uma enfermeira negra, Daniana, O que para mim foi muito inspirador”, lembra.

De volta para casa

Nascida em Brasília, a atriz Camila Márdila tem rodado o Brasil e o mundo como parte do elenco de superproduções. Em seu currículo, filmes premiados como Que Horas Ela Volta (2015), e o recém-lançado Meu Nome É Gal. Além de novelas e séries globais de grande sucesso como Amor de Mãe, Onde Está Meu Coração e Justiça. Agora, a brasiliense viu no convite de Sangue do Meu Sangue uma oportunidade de voltar ao aconchego da família, que ainda reside aqui.

“O fato de o filme se passar aqui em Brasília, envolver tantas pessoas com quem já trabalhei, e que são dos meus afetos pessoais, traz toda uma atmosfera especial. Fiquei feliz de estar na minha cidade de novo, fazendo um filme bonito. Tem mais de 10 anos que filmei aqui pela última vez”, afirma Márdila.

Em Sangue do Meu Sangue a atriz interpreta Simone, mãe de Sofia, uma das crianças protagonistas do filme. “Não é a primeira vez que faço uma mãe, e tenho experimentado a maternidade de maneiras muito diferentes. Em personagens que são muito complexos e desafiadores. A Simone é uma mãe solo, em um momento de intensa sobrecarga, com a avó com problemas de saúde e o filme lida com isso de forma poética e concreta”.

Parceria internacional

Tirar Sangue do Meu Sangue do papel não tem sido tarefa fácil. Desde a ideia do argumento até o início das gravações foram seis anos. E foram os recursos da lei de incentivo do DF e o investimento internacional conquistado por Rafaela Camelo, em especial durante participação no Festival de Biarritz Amérique Latine, na França, que possibilitaram a execução do longa.

“Por isso é importante investir em desenvolvimento, para que produtores nacionais possam ir ao exterior apresentar seus projetos. Quando a Rafaela foi, em 2019, para Biarritz, estava tudo certo com o apoio da Ancine, mas eles descontinuaram o programa. A sorte é que o próprio festival conseguiu uma maneira de levá-la, senão nada disso estaria acontecendo. Um investimento pequeno (a viagem), traz benefícios enormes. O Chile botou 100 mil dólares, quase R$ 500 mil. É dinheiro que circula no nosso país, na nossa cidade”, desabafa a produtora.

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