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Roman Polanski não irá ao César por medo de linchamento público

Diretor é alvo de protestos de atrizes e movimentos feministas por acusações de agressões sexuais cometidas desde 1970

atualizado

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Andreas Rentz/Getty Images
‘D’apres une histoire vraie’ Premiere – 13th Zurich Film Festival
1 de 1 ‘D’apres une histoire vraie’ Premiere – 13th Zurich Film Festival - Foto: Andreas Rentz/Getty Images

Concorrendo em 12 categorias, o diretor Roman Polanski afirmou que não irá comparecer a cerimônia do César – premiação francesa equivalente ao Oscar – que será realizada nesta sexta-feira (28/02/2020), por medo de repressões feministas. As informações são do site RFI.

Envolto em várias polêmicas nas últimas semanas, o cineasta confirmou que não irá ao evento, onde concorre pelo filme O Oficial e o Espião. “Há vários dias, me perguntam: ‘Você vai ou não à cerimônia do César?’ E eu respondo com a seguinte pergunta: como eu poderia?”, afirma Polanski.

Nos últimos dias, foram marcadas manifestações feministas para o entorno do Teatro Playel, na França, onde será realizada a premiação, inclusive com cartazes escritos Violanski (Viol significa estupro, em francês) colados ao redor do local. As mulheres reclamam de que o diretor vem sendo aclamado mesmo com as diversas denúncias de agressões sexuais ligadas a ele.

O cineasta alega que vai proteger seus filhos e sua mulher de “ataques e injúrias” ao não comparecer no evento. Segundo Polanski, a decisão foi tomada “com pesar para não apoiar um tribunal de opinião autoproclamado pronto para ‘chutar’ os princípios do Estado de Direito para que o irracional triunfe novamente”.

“Já sabemos o que vai acontecer nesta noite. As ativistas me ameaçam de um linchamento público. Algumas anunciam protestos, outras querem fazer de seu combate uma tribuna. Tudo isso promete mais ser um simpósio do que uma festa do cinema que deve recompensar seus maiores talentos”, afirma o diretor.

Polanski é acusado de agredir sexualmente doze mulheres desde 1970. A mais recente foi da fotógrafa francesa Valentine Mornier, que contou ao jornal Le Parisien, ter sofrido um estupro do cineasta em 1975, quando tinha apenas 18 anos.

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