Robô Selvagem: diretor explica humanização de androides em novo filme
Em entrevista ao Metrópoles, o diretor Chris Sanders revela inspirações para a produção Robô Selvagem
atualizado
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Conhecido por dirigir Lilo & Stitch e Como Treinar o Seu Dragão, o cineasta Chris Sanders está de volta às telonas com o filme Robô Selvagem. A trama, que está sendo cotada por especialistas para concorrer ao Oscar de Melhor Animação em 2025, aborda a maternidade e como encontrar o seu lugar no mundo.
Em uma selva que une aspectos lúdicos e realistas, a robô Roz acaba tendo que cuidar de um pequeno ganso, que se torna como um filho para ela. A relação de família cresce ainda mais com a adição de um raposo, que não se sentia tão ligado aos parentes de sangue.
O filme é baseado no livro homônimo de Peter Brown, que foi a principal inspiração para Chris Sanders. “Eu li a obra e me apaixonei pelos personagens e pela história. Esse foi o começo da coisa toda”, contou o diretor em entrevista ao Metrópoles.
Assim como no livro, o filme tem várias camadas de interpretação, que tocam os espectadores de maneiras diferentes. “Eu acho que a mensagem mais poderosa é a ideia de mudança, quando a Roz é forçada a sair da programação para completar a missão, que é cuidar do ganso. Isso é algo muito real quando você é pai”, comenta.
“Eu acho que nós temos tanto medo de mudanças por que nós não queremos nos confudir. Nós protegemos bastante quem somos e eu acho que esse filme reforça que a ideia de que está tudo bem mudar. É bom e é okay. E eu acho que as imperfeições na nossa vida e os personagens imperfeitos são muito mais acreditáveis. E é por isso que eu gosto de contar essas histórias”, revela.
O resultado foi um design abstrato, que lembra pinturas, para deixar o retrato de uma floresta mais lúdica. “Quando você olha bem perto, o design parece apenas pontos e uma confusão colorida. Mas, à medida que você se afasta, uma pintura completa se monta. E eu acho que de um jeito estranho, essa falta de realidade fotográfica cria uma impressão mais atraente”, explica Sanders.
Comparação com Wall-E
A sinopse de Robô Selvagem soa bastante similar com Wall-E, vencedor do Oscar de Melhor Animação que segue um um robô que tem a missão limpar a Terra coberta por lixo e se apaixona por outra máquina. Em ambas as tramas, há uma humanização dos androides, quase como uma metáfora para os seres humanos se inspirarem.
Os pontos em comum geraram uma comparação entre as tramas na mídia norte-americana, o que ele considera um elogio. “Roz e Wall-E possuem essa inocência porque ambos não tem noção do quão perdidos eles realmente estão”, comenta Sanders.
Tirando os robôs e a tomada de consciência ao longo da trama, os filmes não têm outros aspectos em comum e tem enredos bastante diferentes.
Elenco
O elenco do longa também é de peso, com Lupita Nyong’o como protagonista acompanhada por Pedro Pascal, Catherine O’Hara, Bill Nighy, Kit Connor, Stephanie Hsu, Mark Hamill, Matt Berry e Ving Rhames.
“Foi um privilégio trabalhar com Lupita. Às vezes é muito intimidante ser uma atriz daquele nível. Eu não consigo traduzir o talento, inteligência e genialidade dela ao fazer a personagem [Roz, a robô]. A cada sessão de gravação eu ficava mais grato de trabalhar com esse elenco”, comentou.
No Brasil, a protagonista é interpretada por Elina de Souza, enquanto Rodrigo Lombardi vive o raposo. Já o ganso é dublado por Gabriel Leone e Vicente Alvite, em fases diferentes da vida.