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René Sampaio: “Eduardo e Mônica é sobre conviver com o diferente”

Para o diretor brasiliense, a canção de Renato Russo celebra a união e o amor entre pessoas com origens e pensamentos diversos

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Cinema
1 de 1 Cinema - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

A ideia do cineasta René Sampaio sempre foi fazer uma trilogia com as canções de Renato Russo. Depois de Faroeste Caboclo (2013), vem aí Eduardo e Mônica. Dizer que esse era o plano, no entanto, foram outros quinhentos: o diretor esperou o início das filmagens do segundo filme para revelar sua aspiração. “Encontro muita inspiração na música do Legião Urbana. Eduardo e Mônica é a sequência de Faroeste, mas ainda vou estudar o que farei no próximo”, planeja.

As imagens do novo longa começaram a ser gravadas em Brasília, e a equipe celebrou nesta segunda-feira (2/7) a primeira semana de filmagens no restaurante Figueira da Vila, na Vila Planalto, bairro brasiliense onde estão hospedados. A história, no entanto, será contada em diversos cenários da capital federal. “Me emociona muito mostrar Brasília, assim como me emociona ver a cidade na tela, pelo olhar dos colegas: desde Vladimir Carvalho, que foi meu professor na UnB, até meus contemporâneos, como o José Eduardo Belmonte e o Iberê Carvalho”, cita o diretor.

Transportar uma música para a tela grande não é tarefa fácil. No caso de Eduardo e Mônica, além dos dois protagonistas, somente o avô de Eduardo e os filhos do casal são citados na canção. O resto é exercício de imaginação e compreensão do contexto daquela melodia. “Quando você faz um filme assim, tem de ser fiel ao espírito da composição. Depois, dar sua leitura pessoal à história. Não é um caminho tão linear quanto o de adaptar um romance”, pondera René.

Esse filme tem uma temática muito importante: tolerância à diferença. Vivemos num mundo cada vez mais complicado, num momento em que o diferente é temido. Hoje, Eduardo e Mônica não poderiam conviver. A música é sobre como é possível não só conviver, mas amar, se apaixonar pelo diferente. É a canção mais solar do Renato Russo, e é sobre aprender com o outro.

René Sampaio, diretor de Eduardo e Mônica

Uma personagem nova é Karina, irmã de Mônica, vivida pela atriz paulistana Bruna Spínola. Nascida em 1986, ano do lançamento da música, a intérprete tem uma série de conexões muito especiais com a canção. “Conversei muito com minha mãe sobre aquela época. Naquele ano, ela tinha a mesma idade que a minha personagem”, comenta.

Além da coincidência com a mãe, Bruna tem especial apreço por Eduardo e Mônica: ela se lembra da primeira vez que escutou a música. “Ouvia muito Legião quando era criança, mas tinha uns 10 anos, não sacava muito as letras. Como Eduardo e Mônica tem uma estrutura de história, foi a primeira letra que entendi. Lembro de correr até minha mãe e conversar com ela sobre os versos, e ela foi me explicando. Fiquei muito feliz de compreender uma canção inteira pela primeira vez”, lembra a atriz.

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A atriz paulistana Bruna Spínola vive Karina, a irmã de Mônica: apaixonada por Legião desde criancinha
O fotógrafo Gustavo Hadba, ao lado da produtora Bianca de Felippes e do diretor do filme, René Sampaio
Alice Braga viverá a protagonista, a médica Mônica
Gabriel Leone fará o papel de Eduardo
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O brasiliense René Sampaio iniciou sua trilogia com Faroeste Caboclo e agora filma Eduardo e Mônica

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A atriz paulistana Bruna Spínola vive Karina, a irmã de Mônica: apaixonada por Legião desde criancinha

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O fotógrafo Gustavo Hadba, ao lado da produtora Bianca de Felippes e do diretor do filme, René Sampaio

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Alice Braga viverá a protagonista, a médica Mônica

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Gabriel Leone fará o papel de Eduardo

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Embora a canção seja conhecida, é complicado usar palavras literais da poesia no roteiro. Em Faroeste Caboclo, apenas uma frase da música de 10 minutos foi usada: “tem bagulho bom aí”. A equipe de Eduardo e Mônica está cheia de segredos, e este detalhe não foi revelado. “A composição respeita a métrica e a rima. Na vida real, não é bem assim, os versos não soam tão naturais. Temos que estudar se aquelas palavras ficam bem, cinematograficamente falando”, comenta René.

Questionado sobre como a crise econômica atinge o audiovisual brasileiro, o diretor acredita haver setores sofrendo mais. “O mercado do cinema está muito promissor. É uma indústria gigante que não pode ser barrada por política ou burocracia. A crise afeta a todos, mas é um setor muito forte, enfrentando essa situação de forma apertada, mas saudável”, analisa.

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