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Redescubra a obra de Agnès Varda, vencedora de Oscar honorário

A cineasta de 89 anos acaba de receber um Oscar honorário e entra para a história como a primeira mulher a receber a honraria

atualizado

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Kevin Winter/Getty Images
Academy Of Motion Picture Arts And Sciences’ 9th Annual Governors Awards – Show
1 de 1 Academy Of Motion Picture Arts And Sciences’ 9th Annual Governors Awards – Show - Foto: Kevin Winter/Getty Images

Consagrada no circuito de cinema independente, a obra da diretora Agnès Varda, de “Cléo das 5 às 7” (1962), está em processo de redescoberta por uma nova geração de cinéfilos. Seu estilo de cinema, guiado pela espontaneidade de estilo e linguagem, é reconhecido como uma das linguagens cinematográficas mais inventivas da produção contemporânea.

A última instituição a reconhecer a potência da voz de Agnès Varda dentro da sétima arte foi a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. A cineasta belga foi agraciada com um Oscar honorário pelo conjunto da obra entregue pelas mãos da atriz Angelina Jolie em cerimônia realizada no domingo (13/11), em Los Angeles, Estados Unidos.

Conheça alguns dos filmes de Agnès Varda:

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O drama existencial de uma mulher foi registrado em <b>"Cléo das 5 às 7"</b>, um dos principais títulos dirigidos pela cineasta. A narrativa, guiada por uma linha do tempo bem especifica, foi considerada um dos marcos do cinema moderno
A efervescência social dos movimentos civis americanos no final dos anos 1960 chamou a atenção da belga, que registrou um dos movimentos no curta <b>"Black Panthers" (1969)</b>
Em outro trabalho sobre a contracultura americana, Varda encontra um parente distante vivendo numa casa flutuante em San Francisco no filme <b>"Tio Yanco" (1967)</b>
O curta-metragem <b>"Les Fiancés Du Pont Macdonald"</b> é um dos primeiros filmes assinados pela diretora. A película, feita nos moldes do cinema mudo, era estrelado pelo casal cinematográfico: o cineasta Jean-Luc Godard e a atriz Anna Karina. É uma das poucas experiências de Godard na frente das câmeras
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Um raro registro do making of de "La Point- Courte", primeiro longa-metragem dirigido por Agnès Varda. O dilema de um casal é tratado como linguagem neste título de 1955

Cine Tamaris/Divulgação
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O drama existencial de uma mulher foi registrado em "Cléo das 5 às 7", um dos principais títulos dirigidos pela cineasta. A narrativa, guiada por uma linha do tempo bem especifica, foi considerada um dos marcos do cinema moderno

Ciné Tamaris/Divulgação
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A efervescência social dos movimentos civis americanos no final dos anos 1960 chamou a atenção da belga, que registrou um dos movimentos no curta "Black Panthers" (1969)

Ciné Tamaris/Divulgação
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Em outro trabalho sobre a contracultura americana, Varda encontra um parente distante vivendo numa casa flutuante em San Francisco no filme "Tio Yanco" (1967)

Ciné Tamaris/Divulgação
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O curta-metragem "Les Fiancés Du Pont Macdonald" é um dos primeiros filmes assinados pela diretora. A película, feita nos moldes do cinema mudo, era estrelado pelo casal cinematográfico: o cineasta Jean-Luc Godard e a atriz Anna Karina. É uma das poucas experiências de Godard na frente das câmeras

Cine Tamaris/divulgação

 

Varda antecipou várias das tendências cinematográficas em voga no cinema contemporâneo. Foi uma das primeiras diretoras a dar voz às mulheres na sétima arte. A linguagem livre apresentada em seus filmes apresenta uma realizadora sem amarras que nunca se incomodou em atuar como personagem nos próprios trabalhos.

Sem financiamento, Varda realizou películas com pouco dinheiro e nunca se importou em dirigir curtas mesmo depois de assinar vários títulos de longa-metragem. Realizou ficções e documentários nos quais sempre se reconhece sua assinatura inconfundível, consagrando a subjetividade do narrador em trabalhos sobre temas tão variados quanto a emancipação feminina ou o processo de envelhecimento da própria cineasta.  

Nascida na Bélgica em 1928, mas radicada na França, Varda começou a carreira como fotógrafa. Notabilizou-se como a única mulher entre os chamados “jovens turcos” do cinema francês. Apesar de haver participado de alguma forma da revolução proposta por Jean-Luc Godard e François Truffaut nos anos 1960, Varda se aproximava mais do cinema praticado pelo amigo Chris Marker (“Sem Sol” e “La Jetée”) e Jacques Demy (“Os Guarda-Chuvas do Amor” e “Pele de Asno”).

https://youtu.be/RlPs2rCLVGw

Demy foi companheiro de Varda por muitos anos até seu falecimento em 1990 e é pai de Mathieu Demy e Rosalie Varda-Demy. “Vissages, Villages”, mais recente longa de Varda, coassinado por JR, foi exibido no Brasil durante a Mostra de Cinema de São Paulo e espera-se que entre no circuito brasileiro em dezembro.

Na cerimônia de premiação em Hollywood no último domingo (13/11), Varda reconheceu as qualidades do próprio trabalho:

“Diria que recebi amor e reconhecimento porque tentei fazer com que o meu trabalho capturasse a essência do cinema buscando diferentes estruturas. Em ‘La Pointe Courte’, narração dupla. Em ‘Clèo das 5 às 7’, tempo real. Em ‘Os Renegados’, a busca por travellings contínuos e descontínuos. Em ‘Jane B. por Agnès V.’, cada retrato é um quebra-cabeça no qual faltam peças. Também tentei contar histórias com atores e não atores e voltei à escola da modéstia que é o documentário, por exemplo com ‘Os Catadores e Eu”.

Depois do discurso, a belga quebrou a caretice da cerimônia numa valsa improvisada no palco com a atriz Angelina Jolie. “É um grande evento, muito sério, foi organizado para celebrar os homenageados, temos uma salão cheio de talentos do cinema, tivemos duas estrelas, Angelina (Jolie) e Jessica (Chastain), como meus anjos da guarda feministas. Foi um grande evento, muito sério, cheio de significado e peso. Mas sinto que, entre o peso e a leveza, escolho a leveza”, afirmou antes de convidar Jolie para um baile.

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