Rebeca Gusmão estrela documentário 15 anos após acusações de doping
Atleta brasiliense conta sua história no primeiro documentário de Renato Petit Caputo, que estreará no final de janeiro
atualizado
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Uma sequência de vitórias e recordes nos anos 1990 e 2000 deram à Rebeca Gusmão o título de promessa da natação brasileira. A trajetória triunfal, contudo, sofreu seu grande revés em 2007, com uma acusação de doping. Pega em dois exames por uso exógeno do hormônio testosterona, ela perdeu medalhas e foi banida do esporte em um caso complexo, que incluiu acusação de manipulação de amostra de urina e se arrastou nos tribunais.
Quase 15 anos depois, Rebeca conta sua versão da história no primeiro documentário de Renato Petit Caputo, previsto para estrear no final de janeiro no YouTube. Ao lado da advogada Flavia Zanini, a nadadora explica como a criança que amava esporte foi cancelada por causa dele — de acordo com ela, injustamente. Os relatos passam por questões como seu biotipo, preconceito, cancelamento, o abalo da família, o diagnóstico de depressão e a volta por cima.
Diretor do longa, Renato Petit Caputo diz que se surpreendeu ao ouvir a história da atleta brasiliense. Certo de que estava diante de uma boa história, ele propôs a produção do documentário a Rebeca e recebeu o aval de toda a família para realizá-lo.
“Rebeca é uma mulher vitoriosa, batalhadora. Foi inocentada, mas não teve sua pena revista. Até hoje ela não pode dar aula e competir em nenhuma modalidade, isso com apenas 36 anos. A vida dela virou um caos. Abandonaram a Rebeca”, lamentou Caputo.
Com recursos bastante limitados, o diretor afirma ter abusado da criatividade para finalizar a produção. A motivação, de acordo com ele, é fazer Justiça por quem ele acredita ser uma “lenda do esporte brasileiro”.
“É um tapa na cara da sociedade para mostrar que a gente não ajudou a Rebeca quando ela precisava. E está na hora. A a ressocialização é o objetivo de qualquer esporte. Ninguém vai devolver o que ela perdeu, mas a gente pode dar pra Rebeca hoje a oportunidade de se ressocializar”, conclui.