Público asiático se une em torno do filme Podres de Ricos
A obra conta com elenco totalmente asiático e motivou milionários americanos a comprarem ingressos de salas inteiras para doar entradas
atualizado
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Depois de um hiato de 25 anos, o cinema hollywoodiano terá novamente um filme com elenco majoritariamente asiático: o pioneiro foi O Clube da Felicidade e da Sorte, de 1993. Crazy Rich Asians – ou Podres de Ricos, como será lançado no Brasil – é uma comédia romântica baseada no livro homônimo de Kevin Kwan.
A história segue um arquétipo como o de Entrando Numa Fria (2000): a jovem americana Rachel (Constance Wu) viaja até Singapura para conhecer a família do namorado, Nick (Henry Golding). Chegando lá, descobre que eles são ricaços e, por consequência, radicalmente contrários ao enlace. Com figuras como Michelle Yeoh, Awkafina, Ken Jeong e Harry Shum Jr., o elenco conta até mesmo com Lisa Lu, uma das protagonistas de O Clube da Felicidade e da Sorte.
No Brasil, o filme só será lançado em 1º de novembro, mas estreou na última quarta-feira (15/08) nos Estados Unidos cheio de pompa: a indústria do cinema celebra as mudanças que vêm acontecendo nas histórias em nome da representatividade.
Para garantir um sucesso retumbante na estreia, americanos de ascendência asiática (e podres de ricos) se uniram para comprar ingressos de sessões do primeiro fim de semana de exibição do filme: as entradas serão doadas para pessoas que não têm condições de pagar pelos bilhetes, como aconteceu em diversas sessões de Pantera Negra (2018). Antes disso, o grupo também realizou exibições especiais para plateias de americanos asiáticos.
A ideia surgiu, segundo reportagem do New York Times, em julho de 2018, em um jantar entre figurões do Vale do Silício num restaurante chinês na Califórnia. Concorrentes diretos da área de tecnologia decidiram, ali, investir no sucesso de Podres de Ricos. Cada doador gastou entre US$ 1,6 mil e US$ 5,1 mil por sessão de cinema, dependendo da capacidade de cada sala. Os ingressos foram distribuídos em comunidades de jovens americanos asiáticos, além de amigos dos doadores e ocasionais celebridades.
Entre os benfeitores, está um astro do filme, Harry Schum Jr., e uma das roteiristas do longa, Adele Lim. Comunidades de ex-alunos asiáticos de grandes universidades americanas – Princeton, Columbia, Yale, Cornell, Harvard, Stanford, Universidade da Pensilvânia e Dartmouth – também participaram.
O filme custou US$ 30 milhões e, segundo previsões do The Hollywood Reporter, o primeiro fim de semana deve fechar com rendimento um pouco acima de US$ 26 milhões. A última comédia romântica a ultrapassar a marca dos US$ 20 milhões no fim de semana de abertura foi Descompensada (2015), de Amy Schumer, com US$ 30,1 milhões.
A campanha vem não só para conceder acesso a quem não consegue pagar pelo ingresso do cinema, mas para obter números impressionantes para o primeiro fim de semana de exibição do filme: assim, mais gente prestigiará o longa. Batizada de Gold Open, a ideia da ação é brincar com as cores associadas a asiáticos, amarelo e marrom. Para eles, o melhor tom para descrevê-los é o dourado.