Produtor brasiliense emplaca 2 filmes em festivais internacionais
Coletivo formado por profissionais do cinema, o Janela 55 exibirá curtas em dois eventos em Los Angeles e um em Nova York
atualizado
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Quando o cineasta Paulo Ribeiro criou o Janela 55, sequer imaginava que o projeto faria o cinema brasiliense ecoar tão distante. Mas a plataforma, feita para conectar profissionais da cena audiovisual do Distrito Federal e promover produções independentes, já colhe os frutos do primeiro ano de trabalho. No início de fevereiro, dois curta-metragens do coletivo foram selecionados para exibição em três festivais internacionais.
Com direção de Rafael Morbeck, Brasilha (2018), eleito Melhor Curta no Lobo Feste: Festival Internacional de Filme, foi um dos escolhidos pelo júri do Hollywood Verge Film Award 2020, em Los Angeles. A obra narra a chegada de um viajante à capital e a sua tentativa de dialogar com pessoas nas ruas da cidade.
Lançado em 2019, Caras Legais Não Olham Para Explosões – uma paródia dos filmes de ação norte-americanos–, representará o Brasil em duas mostras: New York City Independent Film Festival, em Nova York, e Cinema At The Edge Film Festival, também no estado da Califórnia, no EUA.
“É muito bom falar de temas globais e, ao mesmo tempo, mostrar o nosso país”, afirma Paulo Ribeiro, que , além de produzir, também atua nos dois filmes. Apesar de não ser uma opção consciente, ele prefere usar Brasília como cenário em narrativas para além da política, e acredita ser esse o ponto forte das produções do Janela 55. “A gente quer falar das relações humanas. A cidade já tem uma cara administrativa para quem é de fora, buscamos falar das pessoas”, explica.
Para o criador do coletivo, o cinema é uma linguagem universal. “Brasilha, por exemplo, trata com bom humor a tentativa de se comunicar em uma cidade onde fazer ponte não é tão fácil. E situações assim poderiam acontecer em qualquer metrópole, mas nós apresentamos com as cores e arquitetura daqui”, pondera.
Brasil em alta
O olhar brasileiro para o cinema está, a cada dia, mais valorizado por amantes da sétima arte ao redor do mundo. Longas como Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e o documentário indicado ao Oscar 2020, Democracia em Vertigem, de Petra Costa, têm ajudado a abrir portas para criações brasileiras na indústria cinematográfica. “É uma boa fase para o Brasil. Com as plataformas de streaming, as possibilidades de chegarmos no mercado internacional se expandiram”, pontua Paulo Ribeiro.
Novos projetos
A seleção para os festivais nos Estados Unidos é só o começo de uma vida próspera para a produtora Janela 55. Paulo Ribeiro e os demais integrantes do coletivo preparam a primeira série do grupo, intitulada O Último Pedido. “Nós temos a sinopse pronta para os 10 primeiros episódios, mas estamos buscando parceiros para podermos apresentar um projeto robusto às gigantes do streaming, não queremos só vender o texto, mas sim participar da produção”, adianta.
Enquanto isso, o grupo entra em processo de finalização de mais um curta, Como Tudo Nessa Vida, uma parceria com a carioca Flávia Orlando. “Ela acabou nos cedendo dois roteiros e pediu apenas para dirigir um deles, e assim foi”, conclui. É possível assistir aos filmes do Janela 55 no canal no YouTube, ou por meio da plataforma colaborativa oficial.
Assista ao trailer de Caras Legais Não Olham para Explosões: