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Procurador investiga crimes do nazismo em “Labirinto de Mentiras”

Representante alemão por vaga no Oscar de Filme Estrangeiro, o longa dirigido pelo italiano Giulio Ricciarelli negligencia tema importante por meio de direção didática

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Pode uma nação inteira carregar o fantasma da culpa pelo resto da sua existência? Bem, por conta dos crimes nazistas, a Alemanha, durante muito tempo, correu o risco de ter esse peso nas costas para sempre, não fosse a persistência e coragem de um promotor que, no final dos anos 50, resolveu investigar as atrocidades de homens fortes de Hitler durante a 2ª Guerra Mundial, como o médico Josef Mengele e o tenente-coronel, Adolf Eichmann.

Seu nome era Fritz Bauer e seu feito patriótico, que culminaria no julgamento de Frankfurt, é contado no drama “Labirinto de mentiras”, pela ótica do jovem e ambicioso advogado, Johann Radmann (Alexander Fehling, destaque em “Bastardos inglórios”).

O fio dessa meada começa a desenrolar quando um ex-soldado do campo de concentração de Auschwitz é descoberto dando aulas num colégio para jovens. Atiçado por um jornalista ativista (André Szymanski), Radmann se interessa pelo assunto e começa a descobrir coisas horríveis sobre o passado recente do país escondidos das novas gerações. Parece inacreditável, mas 13 anos apenas após a queda de Hitler, muitos alemães ainda não sabiam o que eram os campos de extermínios ou quem foram os principais nomes por trás da maior atrocidade da humanidade.

Tema importante negligenciado por direção didática
A explicação para tamanho absurdo encontrava explicação no processo de “desnazificação” do país promovido pelos aliados e o novo governo, fazendo com que um velado processo de esquecimento fosse criado sob vergonhoso manto do silêncio.

A situação é delicada e constrangedora, quando se vê que muitos daqueles que promoveram o terror e o sadismo na guerra, passaram a ser visto como pessoas comuns vendendo pão na padaria da esquina ou dando pirulito para crianças. À medida que as máscaras vão caindo, todos sacam da cartola desculpa clássica, ou seja, que eram soldados cumprindo ordens, como se no final tudo fosse culpa só de Hitler.

“Os que fugiram depois de 45 é ‘tabu’”, comenta, em surdina, um funcionário do governo. “Isso é um labirinto, não se perca nele”, diz Bauer, alertando seu pupilo, designado por ele a conduzir as investigações.

Dirigido por Giulio Ricciarelli, um italiano radicado na Alemanha, “Labirinto de mentiras” é o candidato alemão na briga por uma vaga no pleito de Melhor Filme Estrangeiro de 2016. A história é inusitada e merecia ser contada há muito tempo, mas foi negligenciada por uma condução amadora e didática. O roteiro, por exemplo, cheio de brechas narrativas, se mostra às vezes previsível e de um maniqueísmo infantil. O simples fato de ter inventado o personagem do promotor Johann Radmann em cima da atuação de outros três magistrados, tendo na manga a figura real do imponente promotor Fritz Bauer é no mínimo lamentável.

Daí tem o irritante estilo americano de filmar, como se o diretor estivesse entrado no set de filmagem com um manual de Hollywood debaixo do braço. Enfim, com direção de arte e figurino corretos, atuações conviventes, o filme tem o mérito de explorar um tema que ainda é um pesadelo para a humanidade, sobretudo para os alemães que viveram essa triste realidade, mostrando como esse episódio específico, a condenação do alto escalão da SS, marcou o surgimento de uma nova Alemanha.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Labirinto de Mentiras”.

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