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Primeira sessão do Festival de Brasília trouxe longa apenas regular

Noite de quarta (16) revelou fábulas de fantasia e terror, envolvendo a infância, em “A Família Dionti” e nos curtas “Command Action” e “À Parte do Inferno”

atualizado

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Confira as críticas dos filmes exibidos na quarta (16), primeira sessão da mostra competitiva do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A competição segue até segunda (21) e os vencedores serão divulgados na terça (22). Acompanhe flashes das noites do evento em nosso site, a partir das 20h30.

“A Familia Dionti” (RJ, 97min), de Alan Minas
Fábulas interioranas habitam este filme sobre a infância ambientado em vilas fictícias de Minas Gerais. Aqui, o afeto é tão grande que os personagens evaporam e se derretem de amor. Ou saltam sobre rosas azuis de papel crepom. Kelton, um menino de 13 anos, está especialmente apaixonado por Sofia, recém-chegada ao lugar.

Ela vem de família circense e, cada vez que encontra o novo amigo, narra causos dos personagens fantásticos que conheceu nas turnês com o picadeiro. Kelton transpira até desmaiar e perde água como uma torneira aberta. O irmão mais velho, Serino, é o inverso: seco por dentro, tem pesadelos e sofre com a falta da mãe, que desapareceu.

As constantes conexões com a natureza se revelam por meio de simbolismos mágicos e literários, como um Gero Camilo hilário no papel do médico charlatão que fala em língua própria. Anedotas saídas de um romance atemporal criam passagens tocantes. Mas a busca insistente por catarse e as soluções visuais pueris empalidecem a paleta de cores e sons regionais elaborada por Alan Minas.

Avaliação: Regular.

Curtas da noite:

Divulgação“Command Action” (SP, 13min), de João Paulo Miranda Maria
O curta impõe uma satisfatória atmosfera de mistério por meio de frequentes close-ups e uma sólida composição sonora. Cercado pelos ruídos de uma feira popular, um garoto zanza entre bancas de tomate, vendedores de tênis falsificados e estridentes alto-falantes. Ele mira um robô de brinquedo, à venda num estande apinhado de “chinglings”.

João Paulo Miranda intensifica a ação por meio de um som narrativo, que contempla tanto o alarido do lugar quanto os timbres abafados do boneco. Outra guinada se dá quando o menino é convidado por três colegas para assaltar justamente a loja que vende o robozinho. Antes do encontro, o trio ri do que parece ser um daqueles vídeos macabros que costumam circular via WhatsApp – o registro é de um homem carbonizado. Eis um experimento elevado pelos ótimos atributos técnicos.

Avaliação: Bom.

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“À Parte do Inferno” (SP, 22min), de Raul Arthuso
Não há como negar que o cinema independente nacional vive, já há alguns anos, uma frutífera relação com os signos do terror e do suspense. A articulação entre abismos sociais e tramas macabras, tão presente em longas como “O Som ao Redor” e “Trabalhar Cansa”, também se inscreve em curtas inventivos. Arthuso veio ano passado ao festival como um dos membros da equipe de som do horror “Estátua!”. Ele retorna ao certame dirigindo “À Parte do Inferno”.

Um garotinho de classe-média vê uma infiltração provocar uma mancha na parede atrás de seu guarda-roupa. A mãe, um tanto solitária, ora concentra seus olhos em telas (de computador, celular ou câmeras de segurança), ora divide a cama com um ficante. Lá fora, um punhado de moradores de rua se reúne à frente da casa: eles encaram o portão como um grupo de abduzidos à la “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” (1977), à procura desse portal aberto no quarto do menino.

Essa tensão rua x residência, mui baseada na economia de gestos, se coloca de maneira ainda mais enfática no brilhante último plano. Ao enquadrar o garotinho diante de uma tevê de segurança fora do ar, Arthuso se aproxima da tela engolindo seus ruídos e interferências, até praticamente chegar a uma dimensão física do pixel.

Avaliação: Ótimo.

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